Conheça adolescente que sobreviveu à queda de um avião

Em 24 de dezembro de 1971, pouco antes do meio-dia, o voo 508 da companhia aérea peruana Lansa decolou de Lima com destino a Iquitos. Entre os passageiros estava Juliane Koepcke, uma estudante germano-peruana de 17 anos, filha de zoólogos, que viajava com sua mãe para passar o Natal com o pai em uma estação de pesquisa na selva, próxima a Pucallpa, a primeira parada do voo.

Os passageiros estavam bastante irritados devido ao atraso de 7 horas do voo, algo comum no Peru. “Mas quando entramos no avião, tudo parecia estar bem”, compartilhou Juliane em uma entrevista ao programa Outlook da BBC em 2012.

“Trinta minutos após a decolagem nos serviram um sanduíche, um lanchezinho, e, de repente, entramos em nuvens muito pesadas e escuras. As nuvens cobriram o avião alguns minutos depois. Estávamos no meio de uma tempestade muito, muito forte.”

“O avião estava pulando para cima e para baixo. A turbulência era muito, muito forte. Estava muito escuro ao nosso redor. E víamos relâmpagos ao redor do avião. Eu e minha mãe estávamos segurando as mãos uma da outra, completamente mudas.”

Enquanto a aeronave enfrentava dificuldades, os compartimentos de bagagem se abriram de forma abrupta, lançando objetos pessoais, presentes e enfeites natalinos sobre os assustados passageiros.

O avião, um Electra de 4 motores à hélice, transportava 91 pessoas a bordo quando foi atingido por um relâmpago, se partindo em pedaços a 3 mil metros de altura. Juliane, sentada ao lado da janela no lado direito do avião, de repente se viu em queda livre, ainda presa ao assento triplo. Ela despertou na manhã seguinte, sozinha na selva amazônica, após ter sobrevivido a uma queda livre de 3 mil metros. Especialistas especularam que o assento triplo ao qual estava presa funcionou como uma espécie de paraquedas, auxiliado pelas correntes ascendentes de ar geradas pela tempestade, e a queda foi amortecida pelas copas das árvores.

Embora tenha sobrevivido, Juliane não saiu ilesa. Ela sofreu uma concussão grave, quebrou a clavícula, rompeu o ligamento de um dos joelhos e tinha cortes profundos nos braços e nas pernas.

Esse relato, aconteceu no início dos anos de 1970 no Peru, e é o tema de um episódio da terceira temporada do podcast “Que História!”, produzido pela BBC News Brasil.

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