O papa Leão XIV, eleito nesta quinta-feira (8/05) para comandar a Igreja Católica, pertence à Ordem Agostiniana, enquanto seu antecessor Francisco era da Ordem Jesuíta. A primeira se dedica à vida comunitária e a segunda tem a educação como foco.
Cardeal norte-americano Robert Prevost, 69, foi nomeado papa nesta quinta. Ele é adepto da Ordem Agostiniana, seguidora de Santo Agostinho.




Seu antecessor, papa Francisco, seguia a Ordem Jesuíta. Também conhecida como Companhia de Jesus, a ordem foi fundada por Inácio de Loyola.
Comunidades religiosas são formas específicas de viver o Evangelho. Grupos como jesuítas, franciscanos e agostinianos são chamados de ordens ou congregações religiosas.
Cada grupo segue uma regra própria, inspirada na vida de um líder religioso, como Santo Inácio de Loyola (jesuítas) ou são Francisco de Assis (franciscanos). Apesar das diferenças de espiritualidade e missão, todos buscam servir a Deus e à Igreja por meio de votos religiosos, vida comunitária e ações pastorais ou sociais.
JESUÍTAS
Ordem Jesuíta, também chamada de Companhia de Jesus, era seguida pelo papa Francisco. Fundada em 1.534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, era liderada por Inácio de Loyola.
Uma das principais características da Ordem Jesuíta é seu forte compromisso com educação. Os jesuítas fundaram uma série de escolas e universidades ao redor do mundo, muitas em atividade até hoje.
Outro ponto importante é a realização de missões evangelizadoras. O grupo é conhecido por levar ensinamentos cristãos a diferentes lugares e culturas. Eles também incentivam a vida de oração e reflexão, enquanto se engajam em questões sociais e culturais.
Têm como princípio “encontrar Deus em todas as coisas”. Os jesuítas acreditam que Deus está em todos os aspectos da vida, não apenas nos religiosos. Também são conhecidos por trabalhos para a justiça social, na defesa de pessoas pobres e marginalizadas.
ORDEM DOS AGOSTINIANOS
Ordem dos Agostinianos, também chamada de Ordem de Santo Agostinho ou Frades Agostinianos, tem o papa Leão XIV como seguidor. Foi fundada no século 4º, no norte da África. Em 1.244, o papa Inocêncio 4º unificou diversos grupos que seguiam a mesma vertente, surgindo a Ordem de Santo Agostinho, como conhecemos hoje.
Vida em comunidade é central. Os agostinianos acreditam que viver em comunidade é essencial para seguir o Evangelho. Eles compartilham não apenas bens materiais, mas também a fé, os estudos e a oração. Essa convivência é vista como um caminho concreto para Deus.
Busca por Deus é interior. Para os agostinianos, Deus habita no interior de cada ser humano. A oração, a meditação e o autoconhecimento são meios para encontrar essa presença divina. O lema “conhece-te, aceita-te, supera-te” expressa essa jornada espiritual.
Inspirada pelos ensinamentos de Santo Agostinho, essa ordem também é conhecida pelas reflexões sobre o cristianismo. Seus pensamentos tiveram grande contribuição para a filosofia e a teologia católica.
QUEM É LEÃO XIV
Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago, ele é filho Louis Marius Prevost, de ascendência francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de ascendência espanhola. Ele tem dois irmãos, Louis Martín e John Joseph.
Estudou na Catholic Theological Union em Chicago, graduando-se em Teologia. Aos 27 anos, foi enviado por seus superiores a Roma para estudar Direito Canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino. Na Urbe, foi ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982, no Colégio Agostiniano de Santa Mônica, por Dom Jean Jadot, pró-presidente do Pontifício Conselho para os Não Cristãos, hoje Dicastério para o Diálogo Inter-religioso.
Além de norte-americano, ele é também peruano, já que obteve esta cidadania em 2015. O cardeal chegou ao Peru como um jovem missionário agostiniano e, do país andino, partiu como bispo para o Vaticano, para se tornar uma figura central na administração do papa Francisco.
Prevost passou um terço de sua vida nos Estados Unidos. O restante entre a Europa e a América Latina, uma das periferias do mundo, de onde também era natural o argentino Jorge Mario Bergoglio.
Arcebispo emérito de Chiclayo, cerca de 750 quilômetros ao norte de Lima, Prevost deixou o Peru para se juntar ao governo do Vaticano. Lá, ele chefiou o Dicastério para os Bispos, que tem a importante função de aconselhar o papa sobre a nomeação de líderes da Igreja.
Em 30 de janeiro de 2023, foi chamado por Francisco a Roma. Ele se tornou Prefeito do Dicastério para os Bispos e Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, promovendo-o a arcebispo. E no Consistório de 30 de setembro do mesmo ano, ele o criou e o tornou cardeal, atribuindo-lhe o diaconato de Santa Mônica.
Após a morte de Francisco, Prevost disse que ainda havia “muito a fazer” na transformação da Igreja. “Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos que ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo de hoje, em que a Igreja vive, não é o mesmo que o mundo de 10 ou 20 anos atrás”, disse ele, no mês passado, ao Vatican News.
“A mensagem é sempre a mesma: proclamar Jesus Cristo, proclamar o Evangelho, mas a maneira de alcançar as pessoas de hoje, os jovens, os pobres, os políticos, é diferente”, disse Robert Francis Prevost.