Ilze Scamparini analisa escolha de Leão XIV e revela desejo ignorado de Papa Francisco

Durante uma entrada ao vivo no Jornal Hoje desta quinta-feira (08/05), direto do Vaticano, a jornalista Ilze Scamparini trouxe bastidores e reflexões sobre a eleição de Robert Francis Prevost como o novo pontífice da Igreja Católica. O cardeal norte-americano, agora chamado Papa Leão XIV, teria deixado de lado um desejo manifestado por Francisco em vida, como explicou a correspondente.

“Um desejo do papa Francisco, ele já não satisfez, porque o papa Francisco por duas vezes se referiu ao sucessor dele como João 24. Ele preferiu Leão 14. Vamos ver o que isso vai significar”, afirmou Ilze, destacando que a escolha do nome papal carrega peso simbólico.

Questionada por César Tralli sobre o impacto da decisão, Ilze ponderou que ainda é cedo para tirar conclusões. “Olha, eu acho que a gente vai ter que esperar um pouquinho para entender, vamos ver o que ele vai propor”, disse.

A jornalista também compartilhou sua surpresa com a escolha do nome americano, ainda que Prevost estivesse entre os cotados. “Fiquei muito surpresa. Embora ele já fosse um dos cotados, ele pertencia a uma segunda linha de candidatos. Foi uma surpresa grande, até porque esses favoritos da segunda linha nem sempre conseguem ultrapassar essa segunda linha”, revelou.

Durante a análise, Ilze chamou atenção para a palavra mais forte usada por Leão XIV em seu primeiro discurso: “sinodal”. Para ela, o uso do termo é um sinal claro de que o novo papa pretende seguir o caminho de reformas iniciado por Francisco. “Eu acho que a palavra principal que ele falou nesse discurso dele foi ‘sinodal’, ele disse isso, então quer dizer que ele vai continuar o governo de Francisco”, destacou.

Ilze também observou uma diferença de tom na primeira fala pública de Prevost: “Fez uma mensagem longa para a posse, uma mensagem religiosa e de agradecimento, diferente da dos outros papas que falaram mais diretamente aos fiéis”.

Escolha de um norte-americano

A repórter, que revelou anteriormente a preocupação de Francisco com uma possível influência de Donald Trump na sucessão papal, levantou uma questão central: “O que a gente precisa entender agora é por que um americano pela primeira vez na história. Embora esse seja menos americano entre os americanos”.

Segundo ela, o histórico de divergências entre o Vaticano e os Estados Unidos durante o pontificado de Francisco tornava improvável a eleição de um norte-americano. No entanto, Ilze enxerga no novo papa uma ponte possível entre diferentes frentes políticas e religiosas. “Quem sabe ele possa ajudar a diminuir essa distância entre o pensamento da Santa Sé, do próprio governo italiano e do governo americano. Acho que ele pode ser um grande instrumento para isso também”, analisou.

Ilze encerrou sua participação com uma nota de esperança sobre o novo pontífice: “Acho que ele vai fazer um grande pontificado porque propõe a continuidade do [trabalho de] Francisco, é muito aberto, inclusive em relação às comunidades gays, e tudo aquilo que foi motivo de reforma para o Francisco, com tanto sacrifício, com tantas críticas e até com condenações”.

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