SAF no Corinthians? Entenda o que é o “modelo Green Bay Packers”

O Corinthians debateu, nos bastidores, a possibilidade de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) nas últimas semanas. A ideia, contudo, foi rechaçada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior.

SAF nunca


Romeu Tuma Jr

Apesar das vontades de nomes fortes, alguns outros membros da cúpula do Timão debateram a ideia e se mostraram abertos a conversas mais sérias sobre o assunto. A principal inspiração para possível SAF no Corinthians seria o Green Bay Packers, time de futebol americano dos Estados Unidos.

Mas, afinal, qual é o modelo dos Packers e como ele funciona? O CNN Esportes explica.

Como funciona o modelo do Green Bay Packers

Maior vencedor da NFL com 13 títulos, sendo nove antes do Super Bowl, os Packers funcionam de uma maneira diferente das demais franquias. Ao contrário de apenas um dono, a equipe de Wisconsin tem milhares.

Fundado em 1919, o Green Bay Packers é a única franquia da NFL que se coloca como organização sem fins lucrativos, ou seja, é de propriedade coletiva. São mais de 530 mil acionistas espalhados pelos Estados Unidos.

Dessa forma, as ações não pagam dividendos e não podem ser divididas por lucro. Mesmo assim, todos os acionistas têm direito a votos em decisões importantes, como as eleições do Conselho Administrativo. O poder nunca está nas mãos de uma pessoa só.

Esse grupo de conselheiros debate a supervisão geral, enquanto o CEO fica responsável pelas principais decisões do dia a dia da equipe. A transparência é o ponto de partida do modelo, e a publicação de balancetes financeiros ao longo da temporada é imprescindível.

Pode dar certo no Brasil?

Sem dúvida, mas depende. A ideia é trazer recursos dos torcedores, enquanto mantém o poder principal no modelo associativo, a partir da profissionalização de suas partes, a fim de gerar maior receita e, consequentemente, mais lucros.

Tudo vai depender de como o clube vai adotar essa cultura de transparência. No Brasil, o andamento de processos com esse viés costumam enfrentar dificuldades.

“O Green Bay fez a massificação de seus acionistas em diversas rodadas diferentes de capitalização. Os clubes associativos brasileiros de massa poderiam seguir o modelo do Green Bay ao criarem uma SAF (que também não distribui lucro e tem restrição de venda das ações) e captar recursos com seus torcedores que teriam participação minoritária na SAF. Os clubes associativos continuariam controlando a SAF, mas com uma governança mais profissional do que no clube associativo e com novos recursos para investimentos”, disse José Luis Camargo, advogado e conselheiro de administração, ao blog Lei em Campo, do UOL.

Este conteúdo foi originalmente publicado em SAF no Corinthians? Entenda o que é o “modelo Green Bay Packers” no site CNN Brasil.

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