Preservação do corpo do Papa Francisco: entenda a técnica de tanatopraxia usada no velório

Após o falecimento do Papa Francisco, que aconteceu na última segunda-feira, 21 de abril, o corpo passou por um processo de tanatopraxia para permanecer exposto na Basílica de São Pedro, onde os fiéis puderam prestar homenagens até o último sábado (26), dia do funeral. Embora não seja uma técnica moderna, a tanatopraxia é uma forma antiga e eficaz de retardar a decomposição do corpo, mantendo sua aparência apresentável durante o velório.

A tanatopraxia é um procedimento realizado logo após a morte, geralmente entre três a cinco horas. Segundo Pascual Pimpinella, professor de Medicina Legal em Santa Fé, a técnica não é embalsamamento nem mumificação, mas sim uma forma de retardar a transformação cadavérica. O processo começa com a desinfecção e higienização do corpo, que é tratado com bactericidas e fungicidas, além do uso de hipoclorito para garantir a higiene.

Após essa fase inicial, o corpo é desidratado e reidratado, deixando uma aparência de recém-falecido. Uma das etapas chave envolve canalizar as artérias para substituir o sangue por uma solução preservadora, o que impede a decomposição por 10 a 14 dias.

Além dos processos técnicos, a maquiagem e resinas são usadas para garantir um acabamento mais natural e esteticamente agradável ao corpo. Ao contrário do formaldeído, que é utilizado no embalsamamento, essa técnica ajuda a preservar a cor dos tecidos, permitindo uma aparência mais natural. Como explicou Pimpinella, a preservação do corpo do Papa Francisco pode durar até 14 dias, antes que o processo natural de decomposição comece.

Veja diferença entre tanatopraxia e outras técnicas

A principal diferença entre a tanatopraxia e outras técnicas como o embalsamamento e a mumificação é o tempo de preservação. A tanatopraxia é destinada a preservar o corpo por um curto período, enquanto as outras técnicas são utilizadas para manter o corpo por anos ou até séculos.

O processo de decomposição do Papa Francisco começará após esse período, com a formação da “mancha verde”, um sinal natural do início da decomposição.

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