Apenas neste ano, o Brasil registrou 27.186 casos de malária, de acordo com dados do Ministério da Saúde, divulgados nesta sexta-feira (25). Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 8,8% no número de casos da doença.
Cerca de 99% dos registros se concentram em estados da região Amazônica. Em todo o ano passado, foram 138.465 casos registrados. Apesar dos avanços na prevenção, a doença continua a ser uma grave ameaça à saúde pública, afirmou a pasta.
A doença ainda é considerada negligenciada e intimamente relacionada às condições ambientais e aos fatores sociodemográficos, como a pobreza, de acordo com Tobias Garcez de Jesus Junior, infectologista do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT).
A falta de acesso à saúde básica colabora para a própria perpetuação da malária. A saúde básica tem papel-chave, sobretudo na prevenção e, não menos importante, na vigilância epidemiológica dos casos. A falta de acesso a esse serviço mantém a população exposta ao vetor e dificulta a coleta e análise de dados sobre a ocorrência da malária para o planejamento de intervenções políticas eficazes de controle
Tobias Garcez de Jesus Junior, infectologista do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT)
A doença é transmitida pela picada do mosquito Anopheles e é causada de modo predominante pelo protozoário Plasmodium vivax em todas as regiões endêmicas — com mais de 80% dos casos. Os sintomas mais comuns envolvem febre, calafrios, sudorese, dor de cabeça e dores musculares.
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