
Além de fortalecer o comércio local, iniciativa ajudou a deu origem a conexão entre leitoras. Atualmente, 20 integrantes do ‘Só Mais Esse’ se reúnem mensalmente. ‘Só Mais Esse’, clube do livro criado por empreendedora em São José, na Grande Florianópolis
Arquivo Pessoal/Divulgação
Foi a vontade de criar conexão e aproximar pessoas do seu negócio que fez Priscila Wessler criar um clube do livro com a ajuda de outras mulheres em São José, na Grande Florianópolis. Dona de duas lojas de chocolate com cafeteria, ela deu o pontapé no projeto em junho de 2024.
Com encontros mensais, que atualmente reúnem cerca de 20 leitoras, o clube cresceu a partir da loja em um shopping da cidade. Uma livraria no espaço comercial facilitou a compra dos livros. Com a circulação de novos integrantes, parcerias ajudaram a impulsionar outros comércios.
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Após o crescimento do grupo, agora as reuniões do ‘Só Mais Esse’ acontecem em outra área comercial, com maior espaço e onde a catarinense chegou a abrir uma loja.
“O que está por trás de tudo o que eu faço é gostar de gente, de sentar e conversar com pessoas. É isso que a gente faz no clube e quando está vendendo chocolate. É isso que a gente faz quando vai lá e compra um drink de uma loja parceira”, explica.
📚O Dia Mundial do Livro é celebrado nesta quarta-feira, 23 de abril, e faz alusão a três nomes importantes da literatura mundial que morreram em 23 de abril: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de La Vega.
Parcerias
📖 🍫 🍹Desde o início, Priscila conta que desejava que clube trouxesse benefícios tanto para os comércios ao redor, como para as leitoras. Além dos descontos na livraria para os livros do clube, sua loja de chocolates e cafeteria oferece vantagens nos dias dos encontros, e outras estabelecimentos também podem aumentar os clientes.
“Tem desconto em algum restaurante para comer, descontos em bebida na noite do clube, justamente para que a gente una a paixão pela leitura e o encontro com as pessoas, mas também gere negócios para que pessoas que estão ali vejam esse público com outros olhos, como consumidor que merece investimento, carinho, cuidado”, disse.
Em Santa Catarina, a leitura também é destaque, já que o estado é considerado o estado com o maior número de leitores no país. Segundo a 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em dezembro de 2024, 64% dos catarinenses se declaram leitores. A média nacional é de 47%.
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Arquivo Pessoal/Divulgação
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Como começou
Advogada por formação, Priscila tem 35 anos e nasceu em Florianópolis. Antes de abrir as lojas, ela já trabalhou no serviço público, mas sempre buscou coisas diferentes e foi empreender sendo sócia em um escritório de advocacia. Anos depois, quando o pai diabético morreu, ela conheceu a história de uma marca de chocolates sem açúcar e decidiu abrir a loja.
Em paralelo, Priscila afirma que sempre nutriu paixão por livros e percebia que os clientes que chegavam na loja, pediam um café e ficavam no lendo. Somado ao sonho de fazer um clube de leitura, ela colocou as vontades em prática ao conhecer gerente da livraria Layse Matos, que apoiou o projeto.
A partir da ideia, elas entraram em contato com uma influenciadora digital local, que também topou a ideia e o clube começou. O clube é de graça e recebe tanto homens como mulheres, mas segundo a idealizadora o públlico feminino é maior:
“Eu falei que tinha um sonho de ter um clube do livro e na mesma hora a gerente, que é a Layse, também me disse que achava essa ideia muito legal e que teríamos parceiros para fazer esse movimento acontecer”, explica Priscila.
Atualmente, a amiga auxilia na escolha dos livros e articula brindes e descontos com editoras. Além disso, Layse Matos divulgará o grupo nas redes sociais nos próximos encontros, e Dani Martins já contribuiu na organização.
Da incerteza ao crescimento do grupo
No começo, a empreendedora afirma que chegou a se questionar se as pessoas apareceriam nos encontros e se saíriam de casa para “conversar com estranhos sobre um livro”, mas a ideia deu certo e outras pessoas começaram a participar.
A venda não é mais só sobre o produto porque mudou muito o perfil do consumo depois da pandemia, e a gente precisa focar muito em experiência, em criar uma comunidade. Eu percebo, e é uma das coisas que mais gosto, é que as pessoas estão carentes de pessoas, de conversar, estar junto, trocar experiências. E a gente faz isso” resume.
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Movimento Antonietas
O movimento Antonietas visa ampliar voz, espaço e visibilidade a mulheres catarinenses que são destaque em suas áreas de atuação. Inspirado em Antonieta de Barros, o projeto divulga conteúdos em todas as mídias, com múltiplos formatos. Confira todos os conteúdos.
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