Papa Francisco era fã de literatura e do poeta argentino Jorge Luis Borges

Uma faceta pouco conhecida do papa Francisco era sua paixão pela literatura e, em especial, pela obra do escritor argentino Jorge Luis Borges, considerado um ícone e um dos autores mais influentes do século XX.

O rabino argentino Daniel Goldman, que conheceu o Francisco antes do papado e manteve contato com ele após chegar à liderança do Vaticano, conta que o pontífice era “um grande leitor” e um grande conhecedor de Borges.

“Tínhamos muitas conversas acerca das leituras de Borges. Ele lembrava de muitos dos sonetos e poemas de Borges de cor”, contou Goldman à CNN.


Rabino argentino Daniel Goldman em entrevista exclusiva à CNN.
Rabino argentino Daniel Goldman em entrevista exclusiva à CNN. • CNN

Jorge Mario Bergoglio (nome de batismo do papa) tinha licenciatura em filosofia. Antes de ser cardeal, entre 1964 e 1965, foi professor de língua e literatura no ensino médio do Colegio de la Inmaculada Concepción, na província de Santa Fé. Em 1966, o religioso também deu aulas no Colegio del Salvador, em Buenos Aires.

O rabino conta que uma vez, Bergoglio, na época com 29 anos, ligou para o escritor perguntando se ele estaria disposto a dar uma aula aos seus alunos.

O escritor, já famoso na época, não somente aceitou, como deu a aula e entrou para a história do colégio.

Entre as preferências do papa, estava o poema “Everness”, que Goldman diz ter, em algumas ocasiões, analisado com ele.


Escritor argentino Jorge Luis Borges.
Escritor argentino Jorge Luis Borges. • Bettmann / Colaborador via Getty Images

“Sempre que eu o encontrava, perguntava o que estava lendo. E ele recomendava muita literatura, especialmente ligada à teologia e à filosofia”, relatou o rabino sobre o pontífice.

“Ele me recomendou ler Hans Küng, um teólogo suíço que já faleceu, e literatura espiritual do século XVII e XIX que ele seguia minuciosamente”, concluiu.

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