Crédito consignado CLT tem potencial de até R$ 450 bilhões, aponta estudo

Segundo informações divulgadas pela Exame, o crédito consignado para trabalhadores do setor privado com carteira assinada (CLT) tem um potencial de movimentação entre R$ 260 bilhões e R$ 450 bilhões. O cálculo foi feito pelo economista Caio Napoleão, da LCA 4intelligence, com base no anúncio do governo sobre a nova linha de crédito que permitirá o desconto diretamente na folha de pagamento.

O novo modelo de crédito consignado foi oficializado nesta semana através de uma Medida Provisória, com a promessa de facilitar o acesso de celetistas a empréstimos com juros mais baixos. O economista avaliou o saldo das carteiras de crédito de servidores públicos e aposentados, além da massa de rendimentos e o número de trabalhadores em cada grupo, para chegar à estimativa.

Cenário atual e expectativa de crescimento

Atualmente, o volume de crédito consignado no setor privado é de R$ 40 bilhões, voltado para um universo de 47 milhões de trabalhadores. Em média, o valor emprestado é de R$ 1.000 por trabalhador, número bem inferior ao que se observa entre aposentados (média de R$ 6.673) e servidores públicos (média de R$ 45,7 mil).

Napoleão aponta que, se a lógica aplicada aos aposentados for considerada, o crédito para CLT pode atingir R$ 450 bilhões. Se forem usados parâmetros mais conservadores, o valor seria de R$ 262,5 bilhões. Já a Febraban e o governo federal projetam uma oferta de crédito mais modesta, próxima de R$ 120 bilhões.

Impactos econômicos

O economista da LCA avalia que o programa é positivo, pois aumenta as garantias para os bancos, o que pode resultar em taxas de juros mais baixas e maior acesso ao crédito. No entanto, ele destaca que a medida pode aumentar a pressão sobre a inflação, forçando o Banco Central a manter a taxa Selic elevada ou até a promovê-la.

“Essa expansão do crédito pode contribuir para o aquecimento da economia, o que entra em conflito com os objetivos do Banco Central, que busca controlar a inflação”, explicou Napoleão. Ele também lembrou que a situação atual lembra o primeiro mandato de Lula, quando a expansão do crédito consignado exigiu uma alta expressiva da Selic para conter a inflação.

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