Putin é grande inimigo da Europa, diz professor à CNN

A recente decisão dos Estados Unidos de suspender a ajuda militar à Ucrânia tem gerado preocupações significativas na Europa, conforme análise do professor de Relações Internacionais, Vinícius Vieira. Em entrevista à CNN, o especialista destaca que Vladimir Putin é atualmente considerado o principal inimigo não apenas da Ucrânia, mas de toda a Europa.

Segundo Vieira, a suspensão do apoio americano coloca a Ucrânia em uma posição delicada, forçando-a a buscar alternativas para sua defesa. “A bola está com a Ucrânia. Caberia à Ucrânia buscar pedir desculpas para os Estados Unidos de modo a reestabelecer boas relações? Mas a Ucrânia quer fazer isso, o próprio Zelensky vai buscar fazer isso? Não me parece ser o caso”, afirma o professor.

Europa busca independência militar

Em resposta à situação, a União Europeia anunciou um pacote de 150 bilhões de euros para a defesa do continente, visando reduzir a dependência dos Estados Unidos. Vieira explica: “A Europa, mais uma vez, tem aqui a prova de que ela não pode mais depender dos Estados Unidos para se defender”.

O professor ressalta que o principal objetivo da Europa agora é proteger-se de uma eventual futura invasão russa, usando a Ucrânia como um escudo. “Esse é o grande medo da Europa, a Ucrânia sem sinalização, uma situação ali de fim dos combates, acabando por ter de se defender sozinha, o que não conseguiria e isso afetaria, claro, a Europa ali com uma eventual futura invasão da Rússia em outras áreas do continente europeu”, pondera.

Cenários para um acordo de paz

Vieira aponta que qualquer acordo de paz provavelmente envolverá a cessão de territórios ucranianos para a Rússia. “A possibilidade hoje de a Ucrânia não ceder territórios é zero”, afirma. No entanto, ele destaca a importância de garantias de segurança para a Ucrânia após um eventual acordo.

O especialista conclui alertando sobre o enfraquecimento da aliança transatlântica: “As relações com o Reino Unido e França, duas grandes potências militares nucleares, a relação desses países com os Estados Unidos está aí no seu ponto mais baixo nos últimos 80 anos com essa ameaça real de aliança transatlântica deixar de existir no futuro próximo”.

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