Do 1º lugar na Ufal à Petrobras: a trajetória do engenheiro químico alagoano que entrou para uma das maiores empresas do Brasil


Gustavo Volney Mota Amaral conquistou o 1º lugar no curso de engenharia química da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo Sisu em 2015. Dez anos depois, ele é engenheiro de processamento na Petrobras, casado e pai. Gustavo Volney, engenheiro químico da Petrobras
Arquivo pessoal
Trabalhar na área em que se formou, passar em um concurso na maior empresa do Brasil, casar com o amor da sua vida e ser pai. O engenheiro químico da Petrobras Gustavo Volney Mota Amaral conseguiu realizar muitos sonhos nos 10 anos após a aprovação em 1º lugar no curso de engenharia química da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo Sisu 2015, mas para isso precisou enfrentar, desafios como falta de oportunidades de estágio e de emprego na área, as incertezas de se formar durante a pandemia de Covid-19 e lidar com a distância da terra e da família.
Alagoano, natural da cidade de Maceió, Gustavo Volney vive na cidade do Rio de Janeiro, onde atua como engenheiro de processamento da Petrobras desde 2023.
“Trabalho no suporte operacional de um grupo de plataformas que a Petrobras possui, com monitoramento da eficiência de processo dessas plataformas. Totalmente na minha área. A gente vê toda a planta de processo das plataformas, que são navios, praticamente usinas que trabalham extraindo e processando petróleo em alto mar. É uma vaga destinada para engenheiros químicos”, disse.
O encontro que mudou tudo
Gustavo Volney contou que assistir a uma palestra do engenheiro químico Joao Inácio Soletti, da Ufal, no segundo ano do ensino médio foi o que o fez decidir pela profissão. Anos mais tarde, Soletti orientou o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) de Gustavo.
“Sabia que eu queria alguma coisa na área de exatas, mas não sabia exatamente qual profissão. Dos diversos profissionais que foram lá [dar palestra na escola onde estudava], o que apresentou a engenharia química foi o que mais me cativou. Ele é um apaixonado pela engenharia química. Depois comecei a pesquisar mais sobre o curso na Ufal também”, afirmou.
A trajetória do Enem
Gustavo afirmou que os treinos o levaram de aluno com notas medianas no Enem no início de ensino médio para 1º colocado na engenharia química na Ufal.
“Eu fiz o Enem no 1º, no 2º e no 3º ano. Acho que essa experiência de fazer a prova desde cedo, mesmo teste, me ajudou muito, porque a gente conhece a dinâmica do dia da prova, vê como que funciona. Aproveitei o resultado do 1º ano para ir me direcionando. A minha nota melhorou bastante na segunda vez e no terceiro ano também”, afirmou.
Segundo Gustavo, os pais ensinaram que notas são o mais importante na vida de um estudante e que é importante não pular etapas da vida.
“Meus pais cobravam que eu me dedicasse, que eu estudasse, mas não pela nota, não para ter um boletim todo bonitinho. Minha nota do segundo ano foi muito boa, se eu tivesse entrado na faculdade um ano antes poderia ter sido completamente diferente. Ia ter uma outra cabeça ainda, mais jovem. É importante você aproveitar e viver as fases da vida. Tudo no seu tempo”.
Para Gustavo, o sucesso na profissão não está relacionado ao primeiro lugar no vestibular, mas, sim, há dedicação pessoal.
” Depois que entra na turma, todo mundo está igual ali, nas mesmas condições, não tem privilégio por ser o primeiro, o segundo, o terceiro. Entrando, você vai estar na mesma turma, vai estar tendo a mesma aula que todo mundo. O diferencial é a mentalidade de você saber que aquilo ali não é só uma prova. Você está se preparando para a sua profissão no futuro”.
Engenheiro químico Gustavo Volney, a esposa Christiane e o filho do casal, José Davi, moram no Rio de Janeiro
Arquivo pessoal
A amizade de escola que virou amor da vida
Gustavo e a esposa Christiane estudaram juntos em Maceió, mas só começaram a namorar quatro anos depois do fim do ensino médio. O mestrado e o curso de formação da Petrobras de cerca de oito meses no Rio de Janeiro foram períodos em que o casal ficou longe.
“Para a gente foi um período de muitos altos e baixos no sentido de relacionamento, porque a gente passou um tempo longe no mestrado e no curso de formação”.
O casamento aconteceu em janeiro de 2024 em Maceió. Hoje, eles têm um filho de três meses, o José Davi.
“Apesar de as coisas nem sempre serem 100%, a gente pode dar um jeito. A gente espera, sonha, planeja, e, ao longo dos anos, vai lidando com as circunstancias. A minha vida até de estudos, graças a Deus deu super certo no colégio, na faculdade, no concurso, mas às vezes para algumas pessoas não acontece assim. Sou muito realizado com a minha vida e com as oportunidades que tive”, disse.
Engenheiro químico Gustavo Volney e a esposa Christiane
Arquivo pessoal
Gustavo Volney no ensino médio com colegas no Colégio Santa Madalena Sofia, em Maceió
Arquivo pessoal
Gustavo Volney estudando e dando aulas para os colegas de escola em Maceió
Arquivo pessoal
Gustavo Volney e os amigos do Colégio Santa Madalena Sofia, em Maceió
Arquivo pessoal
Gustavo Volney no ensino médio no Colégio Santa Madalena Sofia, em Maceió
Arquivo pessoal
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