Rondoniense dá à luz gêmeas siamesas em Goiás e aguarda cirurgia de separação: ‘Elas são lindas’, diz avó


Bebês, Nathaly e Rhadassa, nasceram unidas pelo tronco e abdômen. Cirurgia de separação ainda não tem data definida. Valdinéia Satil, de Rondônia, mãe das gêmeas siamesas
Redes Sociais/Reprodução
Após uma gestação rara e cheia de apreensão, Valdinéia Satil, moradora de Rondônia, deu à luz gêmeas siamesas na noite de quinta-feira (13), em Goiânia (GO). As bebês, Nathaly e Rhadassa, nasceram unidas pelo tronco e abdômen.
O parto foi considerado delicado devido às condições da gravidez, mas, segundo o Dr. Zacharias Calil, cirurgião pediátrico que comandou a equipe, o procedimento foi um sucesso. As meninas apresentam um bom quadro de saúde.
“Foi melhor do que eu esperava, mas temos que ter cautela em afirmar a condição de separação após avaliação com o cardiologista”, afirmou.
O nascimento ocorreu fora de Rondônia devido à falta de estrutura adequada nas unidades de saúde do estado. Para conseguir a viagem, Valdinéia mobilizou as redes sociais e, ao longo do caminho, contou com o apoio de diversas pessoas que torcem pelo bem das gêmeas. (Entenda abaixo)
A cirurgia de separação ainda não tem data definida. No entanto, a expectativa da família é que as meninas cresçam com saúde e possam levar uma vida normal.
“Estamos emocionadas. Graças a Deus deu certo. E agora vamos esperar um pouco para avaliarem os bebês. Elas são lindas!”, declarou a Rosiane Satil, avó das gêmeas.
🔎 Gêmeos siameses são um fenômeno raro. Estima-se que haja um caso para cada 200 mil nascimentos. A condição ocorre quando um embrião inicial se separa parcialmente, gerando dois indivíduos que permanecem fisicamente conectados, geralmente unidos pelo tórax, abdômen ou pelve. Em Rondônia, este foi o segundo caso de gêmeos siameses registrado nos últimos três anos.
Relembre o caso
A mãe das gêmeas, Valdinéia Satil, contou em entrevista ao g1 que a gravidez foi muito desejada e quase premeditada.
“Sempre tive vontade de ser mãe de gêmeas e imaginava que estava prestes a ser. Eu vivia dizendo para minha mãe: ‘Mãe, estou grávida, e são gêmeas'”, contou Valdinéia.
Na décima semana de gestação, um exame durante o pré-natal confirmou o que a gestante já suspeitava: ela seria mãe de duas meninas. No entanto, havia algo incomum — os bebês estavam unidos pelo tronco e abdômen.
Os primeiros obstáculos
Além da condição das gêmeas, os exames também revelaram que se tratava de uma gravidez de risco, exigindo uma estrutura adequada e profissionais especializados para cuidar das bebês após o nascimento.
Em Rondônia, segundo o governo do estado, existem programas que atendem gestantes de alto e muito alto risco. No entanto, no caso específico de Valdinéia, os bebês precisariam ser transferidos para outro estado para garantir maior segurança.
Diante disso, Valdinéia precisava obter um laudo chamado “Tratamento Fora de Domicílio” (TFD), necessário para a realização do parto em uma unidade com recursos adequados. Para conseguir o documento, ela precisava passar por consultas com especialistas ainda em Rondônia, que atestariam a necessidade do tratamento mais complexo. No entanto, o processo não foi fácil.
A primeira tentativa ocorreu no município de Ariquemes (RO), onde Valdinéia foi avaliada, mas os profissionais não puderam emitir o atestado.
Preocupada, a gestante decidiu fazer uma transmissão ao vivo nas redes sociais para contar sua história e pedir ajuda para conseguir ir até Porto Velho, onde seria mais fácil obter o documento.
A live alcançou mais de 100 mil visualizações. Com o apoio de amigos, Valdinéia conseguiu, em dezembro de 2024, um encaminhamento para a capital. Depois de passar por exames, na primeira semana de 2025, recebeu o laudo autorizando o tratamento fora de Rondônia.
Apoio nas redes sociais
Apesar dos desafios, Valdinéia tem recebido uma onda de carinho e apoio dos familiares e de pessoas que conheceram sua história pelas redes sociais. Após o sucesso do parto, a família se prepara para os próximos desafios.
“Quero agradecer a cada um que orou por nós e continuem orando para dar tudo certo”, finaliza a avó das gêmeas, Rosiane Satil.
Em 2020, o g1 também acompanhou a história das gêmeas Sara e Eloá, de Alvorada do Oeste (RO), que precisaram ir para São Paulo para realizar o tratamento. A cirurgia de separação aconteceu dois meses após o nascimento. (Veja aqui como elas estão hoje).
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