Ibovespa opera em alta após sequência de recordes; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, opera em alta nesta quarta-feira (21) após dois dias de recordes históricos, em sessão que investidores se voltam para o exterior a fim de avaliar dados revisados de emprego nos Estados Unidos e a ata da reunião de julho do Federal Reserve, enquanto o dólar tem leve oscilação, com a baixa variação no exterior.

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulga às 15h a ata de sua mais recente reunião de política monetária, em que decidiu manter os juros na faixa de 5,25% a 5,50%. Agentes financeiros buscarão detalhes de um debate entre as autoridades sobre a possibilidade de um corte na taxa em setembro.

Mais cedo, o Departamento do Trabalho informou que os EUA criou menos empregos no ano até março de 2024 do que o divulgado anteriormente, o que pode reacender algumas das preocupações dos mercados globais sobre uma desaceleração agressiva na maior economia do mundo.

Às 14h, o Ibovespa subia 0,18%, a 136.337,48 pontos. Na última sessão, o índice fechou no maior patamar histórico pela segunda sessão seguida com alta de 0,23%, aos 136.087 pontos.

No mesmo horário, o dólar avançava 0,22%, cotado a R$ 5,491. No começo das negociações, a moeda leve queda frente ao real, devolvendo alguns de seus ganhos da véspera. Na terça-feira (20), o dólar à vista fechou em alta de 1,34%, cotado a R$ 5,486.

Cenário internacional

“Sabemos que foi um ano de crescimento econômico sólido, que os resultados das empresas foram bons e que a economia cresceu em um bom ritmo no ano que terminou em março”, explicou Adam Button, analista-chefe de câmbio da ForexLive.

“Talvez o emprego esteja um pouco mais fraco, mas isso não nos diz nada sobre a tendência no momento”, acrescentou.

As apostas de um corte na taxa de juros do Fed em sua reunião de 17 e 18 de setembro foram pouco alteradas após a divulgação do relatório. Operadores estão precificando uma probabilidade de 33% de um corte de 50 pontos-base e uma chance de 67% de uma redução de 25 pontos-base, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

“Ficou mais fácil para o Fed cortar os juros agora e até o final do ano, mas não acho que reforce muito a hipótese de 50 pontos-base”, disse Button.

Operadores se concentrarão nos comentários do chair do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira, no simpósio econômico de Jackson Hole, para obter novas pistas sobre sua visão do mercado de trabalho e se ele fará referência aos dados desta quarta-feira.

Os mercados estão buscando clareza sobre o tamanho de um corte de juros no próximo mês e nos subsequentes.

O Fed divulgará a ata de sua reunião de julho ainda nesta quarta-feira.

Também estava no radar o desempenho dos preços de commodities, em meio à piora das perspectivas para a economia da China, o que pode impactar ativos de países exportadores de matérias-primas, como o Brasil.

Cenário nacional

A agenda macroeconômica nacional esvaziada fazia os agentes financeiros se voltarem quase totalmente para o exterior a fim de definir suas operações.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024.

*Com informações de Reuters

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ibovespa opera em alta após sequência de recordes; dólar sobe no site CNN Brasil.

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