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A manifestação popular remonta aos tempos da escravidão e é símbolo de resistência. A historiadora da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) e congadeira, Simone de Assis, é a convidada do podcast Gerais no g1; ouça. Os congados e reinados de Minas Gerais foram declarados patrimônio cultural imaterial do estado neste mês de agosto.
Essa manifestação popular celebra a devoção à Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia. Mas ela também relembra tradições da religiosidade africana.
Dee acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), há mais de 900 guardas de congados e reinados espalhadas pelo estado.
Mas o que são congados e reinados?
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Valter de Paula/Secom PMU
Congados e reinados remontam festas religiosas de uma parte da África, quando os súditos faziam o cortejo ao rei Congo. Os tambores e cantos chegaram ao Brasil pelo tráfico negreiro e foram influenciados pelo catolicismo como forma de sobrevivência.
Segundo a historiadora da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) e congadeira, Simone de Assis, o sincretismo foi uma forma que as pessoas devotas de religiões de matrizes africanas encontraram para preservar sua fé, já que a Igreja Católica bania tais manifestações.
Foi aí que surgiram as devoções a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, santos abraçados pelos escravizados. Várias igrejas em Minas Gerais foram construídas em homenagem a eles. E os congados e reinados surgiram também como forma de manifestação dessa devoção.
Os participantes se dividem em dançantes, capitães, reis e rainhas. Muitos fazem cortejos nas pequenas cidades do estado e visitam casas da comunidade, levando música e oração. Camisas, capas, chapéus, espadas e lenços são algumas das indumentárias.
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