Ao g1, Datena defende mais armamento na GCM, uso de câmeras corporais por auditores fiscais e nega ter traído Tabata


Apresentador foi o segundo a participar da série de entrevistas do podcast O Assunto com candidatos à Prefeitura de SP. Ele falou sobre propostas na área da segurança e comentou sobre o desembarque da campanha da deputada federal, de quem foi cotado para ser vice. Datena dá entrevista ao g1
Reprodução
O apresentador José Luiz Datena, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, defendeu nesta terça-feira (6) o reforço no armamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM), propôs o uso de câmeras corporais para auditores fiscais como forma de combater irregularidades em licitações, e negou ter traído Tabata Amaral (PSB) ao desistir de ser vice-prefeito na chapa com a deputada federal.
Datena foi o segundo a participar da série de entrevistas do Jornalismo da Globo nas eleições de 2024 com todos os candidatos à Prefeitura da capital paulista. As entrevistas são realizadas ao vivo com transmissão no site, no YouTube e no TikTok.
“Bandido é bandido, usando farda é pior ainda porque esses bandidos infiltrados entregam operações que devem ser operações sigilosas para combater o crime organizado. Quando eu falo que a Guarda Civil Metropolitana tem que ser armada e exercer o poder de polícia que as outras polícias exercem, é porque o inimigo comum é um só, é o crime organizado, é o PCC, são outras organizações que tão tentando disputar área com o PCC. Então, a nossa guarda vai ser super, hiper bem armada”.
A declaração tem como contexto a operação realizada nesta manhã por forças de segurança pública na região da Cracolândia para prender quatro GCMs suspeitos de integrarem uma milícia, além de deter dois traficantes de drogas investigados por venda de armas e exploração sexual.
José Luiz Datena (PSDB) responde a pergunta sobre Operação contra milícia e traficantes
Câmeras corporais
O candidato disse que, se eleito, irá ampliar o uso de câmeras corporais, atualmente presente nas fardas de policiais militares, para outros servidores públicos, dentre eles, auditores fiscais.
“Você tem sob a ode desse prefeito uma sombra enorme de que a maioria das licitações é conduzida de forma absolutamente criminosa, é criminosa essa forma de conduzir licitação aqui em São Paulo. Eu proponho, por exemplo, que os fiscais utilizem câmera de corpo, se o polícia usa câmera de corpo, por que que o fiscal não pode usar câmera de corpo? ‘Ah, os fiscais são todos corruptos?’ Não, mas aqueles que são vão ser pegos e colocados pra fora da prefeitura e levados à cadeia.”
Segundo o candidato, a cidade tem dinheiro em caixa para conseguir viabilizar tamanho investimento.
“Não é questão de quanto custa, vai ser feito porque tem dinheiro sobrando pra isso. Se você deixar de gastar dinheiro com bandido corrupto e safado, que leva boa parte do que nós recebemos na Prefeitura de São Paulo, vai sobrar ainda mais dinheiro pra você tornar exequível esses projetos.”
Assista à íntegra da entrevista de Natuza Nery com José Luiz Datena
Tabata Amaral
Durante a entrevista, Datena negou ter traído a deputada federal Tabata Amaral (PSB), também candidata à Prefeitura de SP, e da qual o apresentador foi cotado para ser vice.
Em entrevista ao podcast nesta segunda (5), ao ser questionada sobre o desembarque de Datena de sua campanha, Tabata disse ter aprendido em Brasília que a política é feita de traições.
“Em nenhum momento eu traí a Tabata, que, aliás, eu a defendi em histórico de traição, quando o Lupe e o Ciro e o partido disseram que ela traiu o partido e saiu do partido dela como traidora. Eu fui convidado pela Tabata no escritório de um empresário, ela e o João, pra ser candidato a vice dela e saí do partido em que eu estava pra ser vice dela, queria ser vice dela, meu objetivo era ser vice dela.”
Ele considerou equivocada a articulação da deputada, que estimulou Datena a migrar para o PSDB em busca de uma aliança política com os tucanos. Na avaliação do apresentador, Tabata o trocou tentando ter mais tempo na TV.
“Ela me trocou por um minuto, eu não sou relógio, ela trocou um ativo importante do partido dela, que seria o vice prefeito dela, pra que eu fosse pra outro partido. Corria o risco de o partido fazer uma pesquisa e, com base nessa pesquisa, a executiva nacional e a executiva local do partido me procurar e disser ‘você tem potencial pra ser prefeito de São Paulo, você quer ser prefeito?’. E eu aceitei”, afirmou.
Leia mais:
‘Esse prefeito está desesperado pela reeleição porque corre o risco de ir pra cadeia’
‘Vou até o fim, até pra calar a boca dos que estão dizendo que eu não vou’, diz apresentador sobre candidatura
‘Em nenhum momento traí a Tabata; ela me trocou por um minuto, não sou relógio’, diz apresentador
‘Quando o guarda é miliciano, ele deixa de ser policial e é bandido’, diz apresentador ao defender GCM mais armada
Empresas de ônibus e ataques a Nunes
Ao podcast, o candidato afirmou que o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tenta se reeleger não apenas para seguir no comando da cidade, mas por temer ser preso.
Além de rever todos os contratos da prefeitura, Datena disse que, se eleito, irá romper com as atuais empresas de ônibus, responsáveis pelo transporte municipal. Duas delas, a UPBUS e Transwolff, são investigadas pelo Ministério Público de SP por ligação com o PCC.
“A prefeitura vai auditar todos os contratos dessa prefeitura atual, porque esse prefeito, ele não corre o risco só de não ser eleito. Ele tá desesperado atrás da reeleição porque dependendo de você auditar o que ele já fez até hoje, ele corre o risco de perder a cadeira e ir pra cadeia. Esse é o detalhe.”
José Luiz Datena (PSDB) responde a pergunta sobre Ricardo Nunes
Disputa ‘até o fim’
O candidato, que já desistiu quatro vezes de concorrer a cargos eletivos em São Paulo nos últimos anos, prometeu que desta vez irá até o fim da disputa.
“Eu dou minha palavra pro povo inteiro de São Paulo que tá ouvindo a gente aqui. Eu dou a minha palavra, em nome da minha honra, que vou até o fim, a não ser que me matem no meio do caminho, porque já tem um monte de gente borrando as fraudas com medo de que eu vá até o fim.”
José Luiz Datena (PSDB) responde a pergunta sobre credibilidade com eleitores
Quem é Datena
Ex-locutor e atual apresentador de programas policiais da Band, Datena estreia oficialmente como candidato à Prefeitura de SP aos 67 anos.
Natural de Ribeirão Preto, no interior paulista, o radialista começou no jornalismo esportivo e ganhou projeção na cobertura policial televisiva. Sua trajetória polícia é marcada por inúmeras mudanças de partidos.
Em abril deste ano, ele se filiou ao PSDB no fim da janela partidária. Anteriormente, ele estava no PSB e era cotado para ser vice na chapa da deputada federal Tabata Amaral, mas desembarcou da campanha para virar cabeça de chapa dos tucanos.
Com a filiação, o PSDB é a décima primeira legenda que Datena já foi filiado desde 1992. O apresentador já fez parte de partidos como PT, o PP de Paulo Maluf, o antigo DEM e do novo União Brasil, além de PSC, PDT e MDB.
Há pelo menos uma década que o ex-locutor ensaia voo na política. Em 2016 foi a primeira vez que cogitou disputar o comando da capital paulista.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.