Pastor procurado da Justiça pelo 8 de janeiro que fazia campanha nas ruas em SC é preso


Dirlei Paiz (PL) é investigado pelo crime de associação criminosa. Ele tenta se eleger para a Câmara Municipal de Blumenau, no Vale do Itajaí. Dirlei Paiz
Reprodução/Redes Sociais
O pastor Dirlei Paiz (PL), procurado da Justiça pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, foi preso, confirmou a Polícia Federal de Santa Catarina nesta segunda-feira (16). Mesmo com mandado de prisão preventiva, ele fazia campanha nas ruas de Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, como candidato a vereador nas eleições de 2024.
A PF informou que vai divulgar mais detalhes sobre a prisão em nota futura.
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Levantamento feito pelo g1 mostra que outros dois candidatos a vereador, no Paraná e em São Paulo, fazem campanhas com ordens de detenção expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na investigação sobre os ataques à sede dos Três Poderes após a posse de Lula (PT).
Os três são investigados pelo crime de associação criminosa.
‘Preso por defender nossa liberdade’
Pastor Dirlei é o nome de urna de Dirlei Paiz, que tenta pela segunda vez se eleger vereador de Blumenau. Em 2020, pelo Patriotas (que se fundiu com o PTB para formar o atual PRB), teve 522 votos e chegou a suplente, mas não foi chamado a assumir o cargo.
Em 17 de agosto de 2023, Dirlei foi preso na 17ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem como alvo participantes, financiadores e outros envolvidos no 8 de janeiro. À época, ele era coordenador político no gabinete do presidente da Câmara Municipal. Foi exonerado pouco depois. A defesa alegou, na ocasião, que o pastor sequer esteve em Brasília durante os ataques.
Em 6 de dezembro, Dirlei foi libertado, obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais.
Em agosto de 2024, o diretório do PT em Santa Catarina disse ao STF Dirlei havia violado o veto ao uso das plataformas digitais.
A defesa afirmou que ele havia sido hackeado, mas o argumento foi recusado, e Moraes determinou a nova prisão no fim do mês.
Na campanha de 2024, Dirlei usa a prisão a que foi submetido para pedir votos.
“Patriotas, lutamos dias na frente do quartel e fui preso por defender nossa liberdade. Vamos continuar juntos. Peço seu voto”, diz ele em um vídeo de campanha.
O candidato tem participado de comícios, adesivação de carros e distribuição de panfletos de porta em porta.
“Pastor Dirlei Paiz aqui com todos vocês e hoje, dia 2 de setembro, eu não poderia deixar passar em branco essa data toda especial, que é o aniversário da nossa linda Blumenau“, diz, em vídeo postado naquele dia.
Postagem de campanha de Dirlei Paiz, investigado por envolvimento nos atentados de 8 de janeiro
Reprodução/Facebook
Lei não impede de disputar as eleições
A legislação brasileira não impede que pessoas com mandados de prisão preventiva disputem eleições – a proibição é aplicável apenas a condenados com sentença definitiva ou decisão colegiada de juízes.
Os três ainda não foram julgados pelo 8 de janeiro – portanto, ainda não foram considerados culpados ou inocentes. As ordens de prisão contra eles são preventivas, e não para cumprimento de pena.
Se encontrados, podem ser presos, mas a situação não os impede de concorrer.
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