Mulheres em cena: STJ e TRF1 discutem protagonismo feminino nas artes

Mulheres em cena: STJ e TRF1 discutem protagonismo feminino nas artesDébora Oliveira

O protagonismo feminino nas artes foi tema de uma palestra especial realizada no Salão Nobre do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O evento, promovido em parceria com o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), reuniu mulheres de destaque em diferentes áreas para refletir sobre os desafios e conquistas das mulheres no cenário artístico, jurídico e institucional.

Com a presença da atriz Ingrid Guimarães, da ministra do STJ Nancy Andrighi, da ministra do TSE Edilene Lôbo e da advogada e pesquisadora Marta Fadel, o encontro abordou questões como representatividade, equidade de oportunidades e a importância da presença feminina nos espaços de decisão e criação.

Rosimayre Gonçales, desembargadora

Gilda Sigmaringa Seixas, desembargadora

Nancy Andrighi, ministra do STJ

Marta Fadel, advogada

Edline Lôbo, ministra do TSE

Durante sua participação na palestra, a atriz Ingrid Guimarães emocionou o público ao compartilhar reflexões sobre sua trajetória e os desafios enfrentados pelas mulheres no humor e na cultura. Em tom pessoal e crítico, ela destacou a importância de espaços que amplifiquem vozes femininas em áreas ainda dominadas por homens.

“É muito importante poder falar sobre protagonismo feminino num mundo que ainda é tão machista. Fico emocionada em ver tantas mulheres em lugares de poder. Ser protagonista no humor é muito complicado. O humor, por si só, já é um ambiente muito dominado por homens, assim como a política. São espaços historicamente masculinos”, disse.

A atriz também falou sobre o processo de autoconhecimento necessário para assumir papéis de liderança em sua carreira. “Pra entender como eu ia me comunicar com meu público, que em sua maioria é formado por mulheres, eu precisei antes aprender a me comunicar comigo mesma. Tive que me entender como mulher protagonista pra depois mostrar isso em cena. Fiz meu primeiro filme com 36 anos. Já achava que não era mais pra mim”, compartilhou Ingrid.

Atriz Ingrid Guimarães

Guimarães ainda criticou a forma como a mulher foi historicamente colocada em segundo plano na arte e no entretenimento. “Se a vida imita a arte, então nós fomos coadjuvantes a vida inteira. Por muito tempo, ser atriz era visto quase como ser prostituta. Já era difícil fazer drama, imagina fazer humor. No humor, a mulher é a que leva torta na cara, que é ridicularizada. A mulher que faz piada é um perigo, porque ela tem um olhar diferenciado para ver o mundo”.

Ela relembrou os estereótipos enfrentados no início da carreira. “Vim de Goiânia, não conhecia ninguém no meio. Os papéis que sobravam para as comediantes eram os de amigas engraçadas, feias, desengonçadas, prostitutas, secretárias, sempre servindo a alguém, geralmente a um homem. Os homens escreviam, dirigiam, tinham a piada final”, desabafou.

A palestra, realizada no Salão Nobre do STJ, contou ainda com as participações da ministra do STJ Nancy Andrighi, da ministra do TSE Edilene Lôbo e da advogada Marta Fadel, compondo um painel potente sobre arte, justiça e a presença transformadora das mulheres nesses espaços. Organizada pela Comissão TRF1 Mulheres, a palestra integrou a agenda institucional voltada à promoção da igualdade de gênero e à valorização da diversidade no ambiente público e cultural.

The post Mulheres em cena: STJ e TRF1 discutem protagonismo feminino nas artes first appeared on GPS Brasília – Portal de Notícias do DF.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.