Finlândia conclui primeiro trecho de cerca na fronteira com a Rússia


Cerca tem 4,5 metros de altura e começou a ser construída em 2023. Primeiros 35 km, de um total de 200 km de extensão, já foram construídos. Cerca de 4,5 metros de altura da Finlândia na fronteira com a Rússia em 21 de maio de 2025.
REUTERS/Leonhard Foeger
A Finlândia concluiu os primeiros 35 km de uma cerca de 4,5 metros de altura que está sendo construída ao longo de sua fronteira leste fechada com a Rússia para impedir que migrantes cruzem por áreas de floresta, informou a Guarda de Fronteira Finlandesa nesta quarta-feira.
A cerca é composta por grades metálicas de 3,5 metros de altura, com um rolo de um metro de arame farpado, e está equipada com câmeras, sensores, alto-falantes e luzes. Segundo a Guarda de Fronteira, a conclusão está prevista para o fim de 2026.
A Finlândia começou a construir a cerca, que eventualmente cobrirá 200 km dos 1.344 km totais da fronteira entre os dois países, em 2023, perto do aniversário de um ano da guerra na Ucrânia. A construção foi uma resposta à migração via Rússia ocorrida em 2023, que o governo finlandês acredita ter sido deliberadamente orquestrada por Moscou.
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“O principal objetivo da cerca é controlar uma grande massa de pessoas caso tentem entrar da Rússia para a Finlândia”, disse à Reuters o vice-comandante do Distrito de Fronteira do Sudeste da Finlândia, Antti Virta.
Em Nuijamaa, próximo a um dos pontos de travessia fechados, o cenário é tranquilo, com apenas o canto dos pássaros sendo ouvido de ambos os lados da nova cerca nesta quarta-feira. No entanto, a Finlândia tem sido alvo de críticas — não apenas da Rússia — pela decisão de fechar a fronteira e construir a cerca.
Após décadas de relações pacíficas com a Rússia, a Finlândia ingressou na aliança militar da Otan há dois anos, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, o que levou Moscou a ameaçar Helsinque com retaliações.
No mesmo ano, em 2023, cerca de 1.300 migrantes de países terceiros, como Síria e Somália, chegaram pela Rússia à fronteira finlandesa para pedir asilo, até que a Finlândia fechou indefinidamente todos os oito pontos de travessia de passageiros com a Rússia para pôr fim ao fenômeno.
A Rússia negou ter orquestrado os fluxos migratórios. Na época, o governo russo afirmou lamentar profundamente a decisão da Finlândia de fechar as passagens fronteiriças, dizendo que isso refletia uma postura antirrussa adotada por Helsinque.
Praticamente nenhum migrante chegou após o fechamento da fronteira para passageiros no fim de 2023, mas a Guarda de Fronteira defendeu a decisão de construir a cerca.
“A barreira na fronteira é absolutamente necessária para manter a segurança fronteiriça”, afirmou o chefe de operações Samuel Siljanen.
“Do ponto de vista da Guarda de Fronteira, ela melhora nossa capacidade de realizar a vigilância, de agir caso ocorra algum tipo de perturbação ou incidente na fronteira”, acrescentou, dizendo que a cerca é necessária para combater migração orquestrada.
A Corte Europeia de Direitos Humanos pediu à Finlândia que justifique o fechamento indefinido da fronteira. O comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Michael O’Flaherty, alertou no ano passado que as restrições temporárias da Finlândia a pedidos de asilo “violariam obrigações internacionais, incluindo a proibição de devolução forçada e de expulsões coletivas”.
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