O setor agrícola dos Estados Unidos tem perdido competitividade no mercado mundial, abrindo espaço para o avanço do Brasil. A análise é de Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global, que participou do WW Especial deste domingo (18). Jank ainda destacou a mudança significativa na dinâmica das exportações agrícolas entre os dois países.
“Os americanos perderam competitividade. Nós somos hoje 60% da soja exportada, eles são 30%. Era o inverso há 20 anos atrás”, afirma o especialista. Ele ressalta que esta tendência não se limita apenas à soja, estendendo-se a outros setores importantes do agronegócio.
Crise na produção americana
Na carne bovina, Jank aponta que os Estados Unidos enfrentam seu pior momento em 60 anos, enquanto o Brasil expande sua presença em mercados globais. A situação é similar no setor avícola, onde problemas como a gripe aviária têm afetado a produção americana de frangos e ovos.
Este cenário proporcionou ao Brasil a oportunidade de diversificar suas exportações para diversos países, incluindo a China. “A China antes era basicamente soja que comprava da gente, agora é soja, milho, algodão, suínos, aves, bovinos, celulose, açúcar”, explica Jank, evidenciando a expansão da pauta de exportações brasileiras.
Necessidade de estratégia de longo prazo
Apesar do cenário favorável, Jank alerta para a falta de uma estratégia de longo prazo nas relações comerciais do Brasil, especialmente com a China. “O que nos falta é uma inteligência estratégica de médio e longo prazo”, pondera o especialista.
Ele critica a abordagem atual, caracterizando-a como oportunista e imediatista: “É sempre muito oportunista, muito imediatista. Faz a viagem, abre umas plantas, resolve um probleminha aqui, outro ali, quando a gente deveria construir uma relação muito mais sólida”.
WW Especial
Apresentado por William Waack, programa é exibido aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Agro dos EUA perdeu competitividade no mercado mundial, diz Marcos Jank no site CNN Brasil.