Integrantes do Ministério da Agricultura (MAPA) disseram à CNN que a suspensão das exportações de carne de frango para a China pode ser revista antes dos 60 dias previstos no protocolo bilateral.
O governo aguarda uma resposta oficial da China sobre o caso entre a noite de domingo (18) no Brasil e a manhã de segunda-feira (19).
Mas a expectativa é que, após avaliação técnica, os chineses possam considerar uma flexibilização, como ocorreu em episódios anteriores — como o caso da Doença de Newcastle, em julho de 2024, quando a suspensão foi parcialmente revertida após três semanas, mantendo apenas o Rio Grande do Sul fora da lista de exportadores.
A estratégia é garantir que as autoridades chinesas recebam todas as informações técnicas que comprovem a segurança do sistema sanitário brasileiro. Só após essa etapa será possível avançar nas negociações para retomada das exportações.
A avaliação interna é de que o processo pode ser resolvido com mais agilidade do que o previsto inicialmente, desde que haja transparência e alinhamento técnico, evitando ruídos e desinformação.
Nesta sexta-feira (16), o MAPA confirmou a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja de aves comerciais em Montenegro (RS). É o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil.
Pelo protocolo chinês, quando são detectadas alterações fitossanitárias, a suspensão das exportações é imediata e vale para as granjas de todo o país.
No entanto, segundo a pasta, o ciclo do foco da gripe aviária é de 28 dias, o que abre possibilidade para que, após comprovação sanitária de que a área está livre do vírus, o governo do gigante asiático autorize a retomada das compras antes do prazo máximo estabelecido.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, cada país e região adota protocolos específicos para lidar com esse tipo de ocorrência. A partir da notificação do caso, o governo brasileiro inicia tratativas individualizadas com seus parceiros, apresentando garantias de segurança sanitária que podem viabilizar a revisão das suspensões.
Além da China, a União Europeia e a Argentina também suspenderam as exportações de carne de frango do Brasil. Mas o país sul-americano manteve a importação de material genético.
Em alguns casos, países optam por restringir apenas as exportações da cidade onde foi identificado o foco da doença. É a chamada regionalização.
Caso de Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas. No entanto, esses países foram notificados, mas nenhum pediu as suspensões imediatas.
No caso da China, a comunicação oficial foi enviada por volta das 21h de sexta-feira no país asiático, pela manhã do Brasil. Segundo o ministério, não há preocupação e nem se espera reação imediata, já que o Brasil cumpriu todos os protocolos previstos no acordo bilateral.
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