Marfrig dispara mais de 18% e marca máxima histórica após fusão com BRF

As ações da Marfrig dispararam mais de 17% nesta sexta-feira, após a empresa anunciar que vai incorporar a totalidade das ações da BRF não detidas pela companhia, formando a MBRF, uma empresa global do setor de carnes e alimentos processados com receita de R$152 bilhões.

A transação prevê uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF detida, considerando já uma “distribuição máxima” de proventos pelas companhias, sendo R$2,5 bilhões pela Marfrig e R$3,5 bilhões pela BRF, segundo uma nota conjunta das companhias na noite da véspera.

A Marfrig já possui 50,49% de participação na BRF. A primeira aquisição de uma fatia na BRF pela companhia ocorreu em maio de 2021, quando a empresa declarou que seria um investidor passivo.

“Os termos propostos parecem beneficiar os acionistas da Marfrig mais diretamente, mas o upside para ambos os lados dependerá de quanto das sinergias projetadas forem entregues”, afirmaram analistas do Bradesco BBI, em relatório enviado a clientes após o anúncio.

“Do jeito que as coisas estão, vemos o MBRF nascendo com múltiplos acima dos pares, o que mantém nossas recomendações inalteradas”, afirmaram os analistas, que têm recomendação “neutra” para ambos os papéis.

Marfrig e BRF projetam sinergias de R$805 milhões por ano, sendo entre R$400 milhões e R$500 milhões previstos para os primeiros 12 meses e o restante no médio e longo prazos.

De acordo com analistas do Goldman Sachs, com base nos preços atuais das ações, na relação de troca pura divulgada pela Marfrig e nos dividendos propostos, a transação avalia as ações da Marfrig em R$23,5 e as da BRF em R$19,7, conforme relatório enviado a clientes.

Por volta de 10h30, os papéis da Marfrig avançavam 16,6%, a R$24,09, chegando a R$24,24 no melhor momento, máxima histórica intradia. As ações da BRF, por sua vez, caíam 4,22%, a R$19,75, tendo marcado R$19,24 na mínima. No mesmo horário, o Ibovespa cedia 0,87%.

Também na véspera, a BRF divulgou lucro líquido de R$1,2 bilhão no primeiro trimestre, o dobro do mesmo período do ano passado, enquanto a Marfrig reportou lucro líquido atribuído ao controlador de R$88 milhões, crescimento de 40,3% na comparação ano a ano.

O movimento das ações também tinham como pano de fundo a notícia de que o Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, confirmou a primeira detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em granja comercial, levantando a possibilidade de restrições por parte de parceiros comerciais.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou a jornalistas que um foco de gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul leva automaticamente a uma suspensão de compras de carne de frango brasileira pela China.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Marfrig dispara mais de 18% e marca máxima histórica após fusão com BRF no site CNN Brasil.

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