“Pensei que iam me estuprar”, diz Kim Kardashian no tribunal sobre assalto

A socialite Kim Kardashian, 44, testemunhando no julgamento dos assaltantes acusados de amarrá-la e roubá-la à mão armada há quase nove anos, disse a um tribunal de Paris na terça-feira (13) que “tinha absoluta certeza” de que seus agressores iriam matá-la.

“Eu tenho filhos, preciso voltar para casa, tenho filhos”, Kardashian lembrou ter implorado aos homens armados, que haviam invadido seu quarto de hotel enquanto ela dormia durante a Semana de Moda de Paris em 2016.

Enfrentando seus supostos agressores pela primeira vez desde o assalto, a bilionária estrela de reality TV detalhou como foi roubada em quase US$ 10 milhões (cerca de R$ 56 milhões) em dinheiro e joias, incluindo um anel de noivado de US$ 4 milhões (cerca de R$ 22 milhões) — presente de seu então marido Kanye West — que nunca foi recuperado.

Kardashian manteve-se majoritariamente calma durante seu testemunho, que durou mais de duas horas, mas ocasionalmente foi às lágrimas ao descrever como o assalto havia transformado sua vida e mudado a forma como organiza sua segurança.

Os réus — nove homens e uma mulher com idades entre 35 e 78 anos — enfrentam acusações que incluem roubo à mão armada, sequestro e conspiração. Oito deles negam envolvimento, enquanto dois se declararam culpados de algumas das acusações.

Kardashian chegou ao tribunal na capital francesa com sua mãe, Kris Jenner, usando um colar cravejado de diamantes — em uma aparente referência às joias roubadas na noite do assalto.

Na noite de outubro de 2016, Kim Kardashian lembrou ter sido acordada pelos assaltantes e inicialmente não entender o que os homens exigiam. “Havia muitos ataques terroristas acontecendo no mundo” na época, disse Kardashian. “Pensei que fosse isso.” Um dos motivos pelos quais o julgamento demorou tanto para começar foi o acúmulo de casos importantes na França, incluindo aqueles relacionados aos ataques terroristas de Paris em 2015.

Depois que os homens vasculharam sua caixa de joias e pegaram o anel de noivado que estava ao lado de sua cama, Kardashian disse que um dos assaltantes pressionou uma arma contra suas costas e amarrou suas mãos com uma abraçadeira. Ela lembrou estar “histérica”, implorando aos ladrões que a deixassem viver.

Tendo sido acordada vestindo apenas um roupão, Kardashian disse que temia que os homens a estuprassem. “Eu estava nua sob o roupão. Tudo estava exposto e eu tinha certeza que ele iria me estuprar. Fiz uma oração e me preparei para isso acontecer… mas ele fechou minhas pernas e as amarrou”, disse ela.

Kardashian então disse que temia ser morta – e que sua irmã, Kourtney, e amiga, Simone Harouche, que dormia em um quarto adjacente no andar de baixo, teriam que encontrar seu corpo.

“Eu sabia… que elas veriam… que eu estaria na cama, morta a tiros na cama e elas veriam isso e teriam isso em suas mentes para sempre”, disse Kardashian.

Harouche, que conhece Kardashian desde os 12 anos e é uma testemunha-chave no julgamento, testemunhou mais cedo na terça-feira. Ela disse que havia sido contratada como estilista de Kardashian em Paris para a semana de moda, e foi acordada pelo som do assalto.

Temendo que os assaltantes tentassem entrar em seu quarto em seguida, Harouche se trancou no banheiro e enviou mensagens para Kourtney e para o guarda-costas de Kardashian, Pascal Duvier.

Duvier testemunhou na semana passada que encontrou Kardashian “chorando histericamente” quando chegou ao hotel.

Depois que os assaltantes partiram, Harouche descreveu como Kardashian, tendo claramente “sofrido um trauma maior”, estava frenética e aterrorizada com a possibilidade de os homens logo retornarem.

“Eu a ouvi pulando escada abaixo. Ela entrou no meu quarto e tinha fita em volta dos pés”, disse Harouche. “Ela estava apenas gritando e continuava dizendo: ‘Precisamos sair daqui. O que faremos se eles voltarem? Podemos precisar pular pela janela’.”

A noite “mudou sua vida para sempre”, disse Harouche. “Eu a vi em luto, em meio a um divórcio, nos piores momentos. Eu nunca a vi assim.”

Após a experiência, Harouche disse que não queria mais se expor ao risco de trabalhar com celebridades. “Mudei de profissão e agora trabalho com design de interiores”, acrescentou.

“Vovôs ladrões” podem pegar pena de até 30 anos de prisão

Apelidados de “vovôs ladrões”, dos 12 suspeitos originais, um faleceu, e outro réu que sofre de mal de Alzheimer foi considerado inapto para ser julgado. Se condenados, alguns dos réus restantes podem enfrentar até 30 anos de prisão.

Vários são reincidentes, e grande parte do início do julgamento — que começou em 28 de abril — concentrou-se em seus atos criminosos anteriores.

Próximo ao fim do depoimento de Kardashian, o juiz presidente leu uma carta de Aomar Aït Khedache, o suposto líder do grupo, pedindo desculpas pelo trauma que havia causado. Embora estivesse no tribunal, Khedache, de 68 anos, é parcialmente surdo e incapaz de falar, conforme seu advogado informou à CNN antes da audiência de terça-feira.

“Quero me dirigir a você como um ser humano e dizer o quanto me arrependo do meu ato”, escreveu ele. Visivelmente emocionada, Kardashian disse que “o perdoa”, “mas isso não muda a emoção, os sentimentos e o trauma.”

O julgamento está marcado para ocorrer até 22 de maio, com o veredito previsto para 23 de maio.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em “Pensei que iam me estuprar”, diz Kim Kardashian no tribunal sobre assalto no site CNN Brasil.

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