O Ministério Público do Rio de Janeiro solicitou à Justiça a condenação dos acusados pelo incêndio no centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, em 2019, que matou dez adolescentes, que jogavam nas categorias de base do clube, além de ferir outros três.
Entre as vítimas, estão Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15).
Além desses, 16 jovens estavam no local no momento do incêndio, mas escaparam com vida.
Outros três jovens, Jhonata Ventura, Dyogo Alves e Cauan Emanuel ficaram feridos, mas se recuperaram e seguem ligados ao futebol.
Para o MP, o conjunto de provas comprovou a responsabilidade dos denunciados no caso, além da “ingerência” do local. As alegações constam em um documento obtido pela CNN.
“o conjunto probatório angariado comprova plenamente a responsabilidade criminal dos denunciados que ocupavam cargos com ingerência na administração do referido CT, Antonio Marcio Mongelli Garotti e Marcelo Maia de Sá, dos acusados responsáveis pelos contêineres destinados ao alojamento dos adolescentes, Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, bem como do responsável contratado para realizar a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, Edson Colman da Silva”, diz um trecho.
Eduardo Bandeira de Mello (ex-presidente do Flamengo), Márcio Garotti (ex-diretor de meios), Marcelo Sá (engenheiro), Claudia Pereira Rodrigues (da empresa NHJ, que forneceu os contêineres ao clube), Weslley Gimenes (NHJ), Danilo da Silva Duarte (NHJ), Fabio Hilário da Silva (NHJ) e Edson Colman da Silva (técnico em refrigeração) respondem pelo crime de incêndio culposo (sem intenção) qualificado, pelas mortes e pela lesão corporal dos três jovens que sobreviveram.
Ainda segundo o órgão, o “nefasto episódio” poderia e deveria ter sido evitado, mas “os comportamentos dos denunciados contribuíram para a ocorrência do delito” que ceifou a vida dos jovens.
Agora, a Justiça, através da 36ª Vara Criminal da Capital, deve analisar a denúncia a partir das provas técnicas e conclusões feitas pelo órgão.
Flamengo tem acordo com nove famílias
O Flamengo entrou em acordo com nove das dez famílias da vítimas que morreram no incêndio do Ninho do Urubu. A exceção é com a família de Christian Esmério, que não aceitou o valor proposto pelo clube para indenização e segue na Justiça.
Na véspera do acidente completar cinco anos, a diretoria do Flamengo se posicionou através de uma nota, na qual reforçou que presta assistência financeira e psicológica às famílias.
*Sob supervisão de Pedro Osorio
Este conteúdo foi originalmente publicado em MP-RJ pede condenação de acusados por incêndio no CT do Flamengo no site CNN Brasil.