
Neste Dia das Mães, conheça a história de Juliane Cucci de Carvalho, de Araraquara (SP), que lutou para ser mãe e celebrou a chegada de Bernardo há 7 anos. Bernardo Carvalho e Juliane Cucci de Carvalho são puro amor e grude
Arquivo pessoal
O sonho da psicóloga Juliane Cucci de Carvalho, de 47 anos, de Araraquara (SP), sempre foi ser mãe. Mas ela nem imaginava o que a vida reservava até que ele se tornasse realidade. Juliane passou por tratamentos de fertilização, três gestações que não deram certo, cirurgia e separação.
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No Dia das Mães, comemorado neste domingo (11), conheça a história de muita fé, superação e amor da psicóloga até a adoção de seu filho Bernardo Carvalho, hoje com 7 anos.
“O maternar sempre esteve em mim, e sonhei com isso. Não me lembro de ter um uma noite em que não pedi para ser mãe. Sou muito católica e em todas as igrejas que entrava, o meu pedido sempre era ser mãe, mas o caminho não foi fácil. O Bernardo foi a minha maior espera e a melhor escolha da minha vida. Ele nasceu para mim, para ser meu. E a gente vive um amor lindo de total dedicação, total cumplicidade, apoio e entrega, é muito aprendizado um com o outro”, disse.
Destino
A psicóloga contou que já sabia , antes de conhecer Bernando, que ele seria seu filho. O momento tão esperado foi o mais emocionante e bonito de sua vida.
“O primeiro encontro foi lindo, maravilhoso, nunca senti medo. Me senti a pessoa mais realizada, segura, feliz, certa de que o momento chegou, e que estava completa . Ele foi a peça que faltava para completar o meu quebra-cabeça. Só gratidão a Deus e que era a pessoa mais abençoada porque tinha o filho mais desejado”, comentou.
Dificuldades no caminho
Juliane contou que, como o ex-marido tinha problemas de saúde, não conseguiu engravidar de forma natural e fez tratamento de fertilização in vitro.
“Foram processos muito dolorosos, financeiramente e emocionalmente. O primeiro processo não deu certo, no segundo cheguei a engravidar de gêmeos, mas a gestação não foi para frente, fiquei muito triste, mas sabia que ia ser mãe. Não vi como uma porta fechada”, contou.
Ao se preparar para a terceira fertilização, o marido avisou que não queria mais ser pai e o casamento acabou. Assim, ela entrou na fila da adoção e enfrentou sozinha a escolha de ser mãe.
Ela ainda teve um outro relacionamento e mais uma gestação, sem planejar, mas novamente houve perda gestacional.
“Teve alguns momentos de revolta porque foi uma gravidez sem planejar desta vez, sem fertilização, foi natural e inesperada. Mas algo em mim dizia que Deus estava me preparando para o meu filho e tinha um destino”, disse.
Bernardo em dois momentos: fazendo arte (esq) e quando chegou em casa no dia da adoção em Araraquara
Arquivo pessoal
No dia 2 de maio de 2018, o telefone tocou e a psicóloga recebeu a melhor mensagem que poderia ouvir. Bernardo havia chegado.
“Quando o meu fone tocou, a psicóloga do fórum falou que tinha um menino de 5 meses e que ele era negro: “Você quer conhecê-lo? “Eu já respondi que ele era meu filho”, contou.
Apoio total da família
A família de Juliane sempre a apoiou e abraçou Bernardo com todo o amor do mundo. Segundo ela, o garoto só trouxe união e fortaleceu os vínculos.
Família é apaixonada por Bernardo e se desdobra para cuidar dele com Juliane
Arquivo pessoal
“Eu adotei ele junto à minha família. Sou eu, minha mãe, irmã, cunhada e sobrinhas. O Bernardo trouxe tanto amor, união e força a nossa família, que somos uma família em comunidade mesmo em prol dele, do bem estar, da educação e o melhor para ele. Todos se dedicam a ele, não medem esforços para ajudar”.
Hoje, Juliane tem um companheiro que também adotou Bernardo como filho. Viagens e passeios sempre estão na rota da família que já foi para a África e Itália. “Hoje somos uma família e meu namorado tem um filho já com 19 anos, mas que é um irmão dele”, disse.
Rolezeiro: viagens feitas com a família à África e Roma
Arquivo pessoal
Aprendizado e desafios
Bernardo é só alegria e movimenta a casa com sua energia. Adora brincar de “cozinheiro”, e Juliane disse que ele leva jeito. Brincadeiras com dinossauros, lego, lutinhas e festinhas infantis também são rotineiras.
No caminho, além de muito aprendizado e brincadeiras, há também desafios. Ela comentou que por ser branca e ter um filho negro, sabe que pode enfrentar algumas batalhas devido ao racismo.
Bernardo adora cozinhar e leva jeito para o assunto segundo a mãe
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“Sei que tenho muitas batalhas e sei que tem a questão do racismo porque o mundo não está preparado para uma mãe branca e um filho preto. E o mundo não está preparado para pessoas pretas, principalmente na sociedade em que o Bernardo vive. Ele estuda em escola particular e clube onde os frequentadores tem poder aquisitivo maior e ele é o único negro nestes lugares”, comentou.
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Mas com todo o amor e dedicação do mundo, ela está preparada para este desafio e outros que podem surgir.
“Ser mãe para mim é transbordar de amor, é você olhar para aquele ser e ver que você é o espelho dele, que você está formando o caráter dele, ser mãe é realizar um sonho. E para quem pensa em adotar, adote, é maravilhoso ter um filho , de qualquer forma que chegue, pela barriga, adoção, mas que chegue. O seu filho pode estar sendo gerado em outra barriga, mas ele é seu”, concluiu.
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