
Após uma escalada de confrontos que deixou dezenas de mortos, Índia e Paquistão anunciaram neste sábado (10) um cessar-fogo imediato, interrompendo dias de troca de ataques na região da Caxemira, foco histórico de disputa entre os dois países.
O acordo foi confirmado por ambos os governos. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, o país “sempre lutou pela paz e segurança na região, sem comprometer sua soberania e integridade territorial”. A nota reafirma o compromisso com o diálogo, que deve começar já na próxima segunda-feira.
Do lado indiano, o governo detalhou que o diretor geral de operações militares do Paquistão ligou para o homólogo indiano às 15h35 (horário local) deste sábado. Ficou acertado que os dois lados cessariam todas as ações militares em terra, no ar e no mar a partir das 17h, horário padrão da Índia.
A decisão vem após uma semana marcada por violência intensa. Em 22 de abril, um atentado em Pahalgam, na Caxemira sob controle indiano, deixou 26 mortos. A resposta da Índia veio no dia 7 de maio, com ataques aéreos e mísseis lançados contra o território paquistanês. Ao menos 31 pessoas morreram, incluindo duas crianças.
Nos dias seguintes, ataques com drones atingiram alvos em cidades e bases militares no Paquistão, segundo fontes oficiais. Nova Délhi defendeu as ofensivas, alegando que mirava apenas “infraestruturas terroristas”, mas Islamabad afirma que civis foram atingidos.
Neste sábado, horas antes da trégua ser anunciada, novos confrontos foram registrados. O governo paquistanês informou que 13 civis morreram e mais de 50 ficaram feridos em bombardeios ao longo da fronteira.
Apesar da trégua, a tensão permanece, e o sucesso das conversas dependerá da capacidade de ambos os lados em manter o acordo e avançar no diálogo sobre a Caxemira, região que já levou os dois países à guerra em diferentes momentos do século passado.
A notícia do cessar-fogo foi posteriormente repercutida por Donald Trump em suas redes sociais, dizendo que havia sido informado sobre o acordo e celebrando a decisão como “completa e imediata”. A mediação dos EUA, porém, não foi mencionada formalmente por nenhum dos governos no anúncio oficial.