Cassie Ventura, ex-namorada de Sean “Diddy” Combs e uma de suas acusadoras, poderá depor já na próxima segunda-feira (12) como uma das três primeiras testemunhas convocadas no caso de tráfico sexual movido pelo governo contra o magnata da música.
Os promotores indicaram no tribunal na sexta-feira que chamariam duas testemunhas “rápidas” antes de convocar a “Vítima 1”, cujo testemunho ocupará a maior parte da primeira semana. Cassie Ventura é referida como “Vítima 1” na denúncia, mas concordou em testemunhar em seu próprio nome.
Os promotores alegam que Combs a coagiu a fazer sexo com prostitutos masculinos, segundo a denúncia. Os advogados de Combs afirmaram que todo o sexo foi consensual.
A equipe de defesa de Combs quer argumentar que Cassie tinha propensão à violência e foi violenta com Combs durante seu relacionamento, que durou aproximadamente 11 anos, de 2007 a 2018.
“Vamos defender a posição de que havia violência mútua no relacionamento deles”, disse o advogado de defesa Marc Agnifilo na sexta-feira (9).
“Que havia agressões de ambos os lados”, disse Agnifilo. “Provavelmente vamos nos referir a isso como violência doméstica.”
Os advogados de defesa disseram que podem querer questionar Ventura sobre interações violentas não relacionadas às alegações deste caso, as quais, segundo eles, desacreditariam a alegação de que Combs a coagiu a atividades sexuais. O juiz disse que decidiria sobre isso na segunda-feira.
Combs assentiu quando sua advogada Alexandra Shapiro disse: “A dinâmica entre essas duas pessoas está no cerne deste caso.”
O advogado de Ventura, Douglas Wilder, não quis comentar quando contatado pela CNN.
Combs se declarou inocente das acusações que incluem conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição. Se condenado por todas as acusações, ele poderá ser sentenciado à prisão perpétua.
Entre os tópicos que provavelmente serão levantados no depoimento de Ventura estão as imagens de vigilância do hotel de 2016 que mostram Combs agarrando, chutando e arrastando-a.
Apesar das tentativas de seus advogados de excluir a filmagem das provas, o juiz Arun Subramanian emitiu uma decisão no mês passado de que ela poderia ser mostrada ao júri no julgamento.
Depois que a CNN publicou o vídeo do incidente pela primeira vez em maio passado, Combs postou um pedido de desculpas em sua conta do Instagram, dizendo: “Meu comportamento naquele vídeo é indesculpável. Assumo total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo.”
Seleção do júri e declarações de abertura
A seleção do júri estava inicialmente marcada para ser finalizada na sexta-feira, mas o juiz Subramanian expressou preocupação de que alguns jurados em potencial poderiam desistir antes do início das declarações de abertura na segunda-feira.
O juiz excluiu dois jurados do grupo de 45 possíveis jurados, reduzindo o total para 43. Uma mulher qualificada no início da semana contatou o tribunal expressando preocupações com seu bem-estar pessoal, disse o advogado de defesa Marc Agnifilo no tribunal. Um homem foi excluído do grupo por não revelar um processo em andamento que está movendo contra a cidade de Nova York durante o interrogatório.
“Podemos estar em uma situação em que na segunda-feira já teremos alguns jurados alternativos a menos”, disse o juiz.
A procuradora-assistente dos EUA, Maurene Comey, disse que o governo “se opõe fortemente” a qualquer atraso.
“Se alguém levantar a mão e disser que tem um problema, podemos ter um efeito avalanche”, disse ela. “Também estamos trabalhando contra o relógio, e estamos muito atentos a ele na próxima semana.”
O juiz Subramanian disse que o grupo de 43 pessoas será chamado para chegar às 8h30 da manhã de segunda-feira, para que possam começar as declarações de abertura às 9h30, conforme planejado originalmente.
O julgamento está previsto para durar oito semanas.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Cassie, ex-namorada de Sean “Diddy” Combs, deve depor na segunda-feira (12) no site CNN Brasil.
