A Polícia Civil de São Paulo indiciou oito pessoas pela invasão à sede da JBS, na zona oeste da capital, ocorrida na última terça-feira (29), durante a assembleia anual de acionistas da companhia.
A ação foi organizada por ativistas ambientais e transmitida ao vivo nas redes sociais. Na ocasião, homens escalaram os portões da empresa com equipamentos. Além disso, também foram utilizados drones.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que, além das prisões em flagrante, foram apreendidas cordas, equipamentos eletrônicos e outros objetos. Os envolvidos irão responder pelos crimes de invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola e sabotagem.
Segundo a JBS, o responsável por liderar a entrada no edifício adquiriu uma ação da empresa para se apresentar como acionista e assim acessar o prédio durante a Assembleia Geral Ordinária.
De acordo com a empresa, por conta deste motivo, ele conseguiu entrar acompanhado por duas integrantes do Greenpeace que não estavam registradas como visitantes, sem identificação formal. Simultaneamente, outros ativistas escalaram os muros da unidade utilizando escadas, cordas e uniformes falsos de manutenção.
Pelo relato, no interior do galpão, parte do grupo transmitia ao vivo as imagens da ação nas redes sociais. Uma faixa com críticas à atuação da empresa na Amazônia foi estendida no telhado, em uma área a cerca de 25 metros de altura.
A ação resultou na prisão de oito pessoas, seis delas de nacionalidade argentina, sob a acusação de invasão de estabelecimento industrial, com interrupção da rotina de trabalho. O setor jurídico da JBS informou que tomará medidas legais contra os envolvidos e eventuais financiadores do ato.
Internamente, a movimentação gerou alvoroço entre os cerca de 3 mil funcionários presentes no local. A empresa relatou que parte dos manifestantes entrou saltando o muro e portão com apoio de escadas e outros acessaram o interior com auxílio do acionista que liderou a ação.
O episódio levantou discussões sobre os limites da atuação de minoritários nas assembleias e a necessidade de aprimoramento dos protocolos de segurança e credenciamento de visitantes, sobretudo em dias de eventos corporativos.
Em nota, o Greenpeace afirmou que o acionista não participou do protesto e a presença dele na assembleia foi “independente, no exercício de seus direitos como cidadão e investidor”.
“Esclarecemos ainda que ele deu carona para duas ativistas até a entrada do prédio, já que também se dirigia ao local, e depois seguiu para seu compromisso”, diz o texto enviado à CNN.
A instituição ainda pontuou que a ação foi um “protesto pacífico” com foco em alertar os acionistas e o mercado sobre os impactos socioambientais da JBS e o ato ocorreu simultaneamente em unidades da empresa no Brasil e na Europa.
A organização ainda alegou que não houve danos materiais nem risco à integridade dos colaboradores.
“O objetivo foi chamar a atenção dos acionistas e demais stakeholders para o papel da empresa na destruição da Amazônia e no consequente colapso climático”, disse a entidade, que ainda pontuou a “truculência por parte dos seguranças da empresa”, que teria sido documentado.
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