O Banco da Inglaterra cortou sua principal taxa de juros em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira (8), para 4,25%, apesar de uma inesperada divisão entre as autoridades, uma vez que as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pesam sobre o crescimento econômico global.
O Comitê de Política Monetária do banco central votou por 5 a 4 a favor da decisão de cortar os juros em 0,25 ponto. Dois membros, Swati Dhingra e Alan Taylor, votaram a favor de um corte de 0,5 ponto, enquanto o economista-chefe Huw Pill e Catherine Mann queriam manter a taxa.
A decisão do banco central britânico é a primeira desde que Trump anunciou tarifas abrangentes em 2 de abril, o que desencadeou uma turbulência temporária no mercado e levou o Fundo Monetário Internacional a cortar suas previsões de crescimento para a maioria das principais economias, incluindo a do Reino Unido.
O Banco da Inglaterra disse acreditar que o aumento das tarifas dos EUA e de outros países pesará um pouco sobre o crescimento econômico britânico e reduzirá a inflação no Reino Unido, mas ressaltou que as perspectivas permanecem incertas.
“As últimas semanas mostraram como a economia global pode ser imprevisível. É por isso que precisamos manter uma abordagem gradual e cuidadosa para novos cortes nas taxas de juros”, disse o presidente do banco central, Andrew Bailey.
Desde meados do ano passado, o Banco da Inglaterra já cortou a taxa de juros no mesmo montante que o Federal Reserve, mas menos que o Banco Central Europeu, devido a preocupações com o crescimento dos salários e com o risco de uma inflação persistentemente acima da meta.
O Banco da Inglaterra disse que não tem uma trajetória predefinida para a taxa de juros e manteve sua linguagem “gradual e cuidadosa” sobre as perspectivas para os juros.
Em outra parte da ata de sua reunião, a autoridade monetária disse que o impacto das tensões comerciais globais “não deve ser exagerado”. Alguns investidores estão precificando uma aceleração dos cortes nos juros ainda este ano.
Com base na situação em 29 de abril, o Banco da Inglaterra estima que as tarifas dos EUA reduzirão o tamanho da economia britânica em 0,3% em três anos e ajudarão a fazer com que a inflação volte à meta mais cedo.
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