O processo do conclave é altamente secreto, o que permite à Igreja e aos cardeais “liberdade” para escolher um papa sem influência externa, disse o Rev. Sam Sawyer, padre jesuíta e presidente e editor-chefe da America Media, à CNN.
“Acredito que o segredo realmente visa ajudar os cardeais a discernir com liberdade, dando-lhes a liberdade de votar, de acordo com sua própria consciência, no homem que consideram mais adequado para ser papa”, disse Sawyer.
Enquanto nos tempos contemporâneos o conclave permite aos cardeais “liberdade de consciência” e a capacidade de “serem realmente francos uns com os outros e também de votar de acordo com o espírito deles”, historicamente o processo secreto desempenhou um papel mais protetor, observou Sawyer.
“No passado, uma das razões para proteger o conclave dessa forma era porque ele sofreria pressão política ou, sabe, pressão de pessoas que basicamente transmitiriam o papado dentro das famílias”, disse ele.
“Portanto, proteger o conclave dessa forma realmente dá à Igreja a liberdade de escolher o papa de que realmente precisa”, disse Sawyer.
Outra parte fundamental do processo do conclave é a primeira votação, disse o bispo Robert Barron, fundador da Word on Fire, à CNN. Barron observou que, embora “seja quase nula a chance” de um papa ser escolhido durante esse período, o primeiro voto é importante.
“Pela primeira vez, eles vão perceber exatamente quem são os candidatos”, disse Barron. “Talvez algumas pessoas sobre as quais todos nós temos falado não vão realmente conseguir votos. E então eles verão, ok, provavelmente alguém um pouco mais à esquerda, alguém um pouco mais à direita. Então, esta votação será importante. Quase certamente indecisa, mas dará uma boa indicação de onde o conclave está.”
Este conteúdo foi originalmente publicado em Conclave: Voto secreto permite escolher papa sem influência externa, diz padre no site CNN Brasil.
