Debate sobre o 6×1 ganha força com apoio de Lula; conheça outras escalas

O debate sobre o modelo de trabalho 6×1, em que o funcionário trabalha seis dias e tem apenas um de folga, voltou com força no último 1º de Maio, ganhando destaque nas redes sociais e nas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são do O Globo.

A proposta de pôr fim à escala foi apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), por meio de uma PEC protocolada em fevereiro de 2024, e foi apoiada por Lula em pronunciamento oficial pelo Dia do Trabalhador.

A proposta prevê que a jornada semanal caia de 44 para 36 horas, sem alterar a carga diária de até oito horas e sem redução salarial. A ideia está alinhada com a campanha do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que surgiu nas redes em 2023 e foi fundado por Rick Azevedo, vereador do Rio.

Apesar da visibilidade, a proposta ainda não tem data para avançar na Câmara. Mas o discurso de Lula impulsionou o tema: “Por ocasião do Dia do Trabalhador”, ele defendeu que o debate sobre novas formas de organização do trabalho seja ampliado.

Entenda o que muda com o fim da escala 6×1

A escala 6×1 ainda é comum entre trabalhadores do comércio, hotelaria, bares e restaurantes. De acordo com a advogada trabalhista Maria Lucia Benhame, “a escala 6×1 atinge principalmente trabalhadores do comércio e de alguns setores de serviços, como os de hotéis, bares e restaurantes, com jornada de 7h20 de trabalho em seis dias e um dia de folga.”

Ela também afirma que a Constituição já estabelece limites: jornadas de até 8 horas por dia e 44 por semana, com no máximo duas horas extras diárias – salvo exceções.

Conheça escalas já usadas no mercado

No setor industrial e logístico, as escalas são mais variadas. Segundo Benhame, “já vi fábricas com jornadas semanais que se revezam, com 6×3, 6×2 e 6×1, por exemplo. E no setor logístico, há casos de escalas 4×4, numa demanda dos próprios trabalhadores” – o que mostra que há espaço para adaptações em diferentes áreas.

Outras escalas se organizam por hora, como as 12h x 36h, muito comuns entre profissionais da saúde e segurança. Nos escritórios, a prática mais frequente é a de segunda a sexta, com variações no número de horas semanais.

Nos escritórios, o mais corriqueiro é trabalhar só de segunda a sexta-feira. Algumas empresas baixaram voluntariamente a escala para 8 horas diárias, 40 horas por semana, e outras funcionam com 44 horas semanais, mas com uma compensação semanal, seja de 48 horas a mais por mês ou uma hora a mais de segunda a quinta-feira“, afirma a especialista.

Estudo recente apontou que o fim do 6×1 poderia impactar negativamente o PIB em até 16%. Mesmo assim, centrais sindicais reforçaram a defesa pela mudança durante ato realizado em São Paulo nesta quarta-feira.

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