A tragédia que sacudiu Praia Grande, no litoral paulista, na madrugada da última quinta-feira (24), tem uma daquelas reviravoltas dignas de roteiro de filme policial, e com um desfecho amargo para uma família que conhece bem os bastidores da segurança pública.
Raphael Pupo Ranulpho, de 29 anos, foi morto com um tiro ao tentar assaltar uma policial militar à paisana em um ponto de ônibus. Mas o que ninguém imaginava é que o jovem era filho de um tenente aposentado da própria PM, que acabou descobrindo a tragédia por mensagens de grupos com colegas da corporação.

A cena aconteceu por volta das 4h da manhã, enquanto a policial de 35 anos esperava o ônibus para ir trabalhar quando foi surpreendida por dois homens que anunciaram o assalto. Ela reagiu rapidamente, atirou contra Raphael, que caiu no chão, e o outro criminoso fugiu na hora. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas já era tarde, pois Raphael morreu ali mesmo, no local.
Contudo, por volta de dez horas após o crime, um homem entrou na delegacia visivelmente abalado. Era o pai do suspeito, um tenente aposentado da Polícia Militar, que havia recebido a informação sobre a ocorrência através de mensagens em grupos com outros policiais. Ao ver o corpo, confirmou que era seu filho.
Legítima defesa
O jovem já tinha passagem pela polícia e foi condenado em 2016 por roubar um celular no bairro Boqueirão, também em Praia Grande. A policial foi ouvida e liberada logo após prestar depoimento. A ação foi registrada como legítima defesa, segundo o delegado responsável.