Fazer algo pela primeira vez faz bem? Especialistas explicam que sim!

Naquela tarde de quarta-feira, Patricia decidiu experimentar algo novo e movimentar o corpo de forma diferente. Ela não era sedentária, já fazia aulas de fitdance, mas decidiu que era a vez de dar oportunidade para a Yoga. Foi um pequeno passo, não começou fazendo exercícios avançados ou posturas complexas. Mas, por algum motivo, ela se sentiu muito bem. 

Patricia Brognoli Corrêa Hanna, empresária do ramo Hoteleiro da Grande Florianópolis, tem 48 anos e é frequentadora da Arena Unimed, com o apoio do Sescoop/SC, na Beira-Mar Norte. Depois da primeira aula de Yoga, quando experimentou a sensação de fazer algo novo pela primeira vez, já se passaram 10 semanas e ela está amando. 

“Na véspera da aula, eu fico atenta ao momento de fazer o check-in e garantir a participação”, diz ela, referindo-se ao aplicativo Mude – Fitness e Yoga por onde as pessoas podem se inscrever para aulas de diferentes modalidades. “Sou grata ao espaço Arena Unimed pela chance de praticar Yoga, principalmente por ser gratuita, num espaço super organizado!” – comemora ela. 

Você já parou para pensar quando foi a última vez que fez algo pela primeira vez? Sabe aquela sensação boa de experimentar algo novo — seja uma viagem, um prato diferente ou até iniciar um novo projeto? Isso não é apenas psicológico: há uma explicação bioquímica por trás desse bem-estar. 

Elenice Moreira Arrue_terapeuta ocupacional Unimed Grande Florianopolis

Ao vivenciar uma experiência nova, o corpo passa por uma série de reações físicas e neurológicas, como explica a terapeuta ocupacional da Unimed Grande Florianópolis, Elenice Moreira Arrue (foto). Segundo ela, quando nos deparamos com uma nova tarefa — seja um movimento físico, uma atividade intelectual ou uma situação emocionalmente desafiadora — o corpo responde com um aumento da frequência cardíaca, da respiração, da circulação sanguínea e até da transpiração. 

Esses sinais são respostas naturais do organismo diante de uma nova demanda, servindo como alerta ao cérebro e aos músculos de que algo novo está acontecendo. Durante o aprendizado de um novo movimento ou tarefa, é comum que surjam sensações de fadiga, provocadas pela carga cognitiva e física que o corpo precisa sustentar. O cérebro trabalha intensamente para criar novas conexões neurais, enquanto os músculos se esforçam para executar a nova atividade. 

A especialista ressalta que é absolutamente normal sentir dor ou incômodo no início, mas neste momento, o alinhamento entre corpo e mente se torna essencial. Ter propósito na atividade ajuda a não desistir nos primeiros obstáculos e aproveitar os benefícios de fazer algo novo:  “Através do estímulo das áreas cerebrais, os neurotransmissores farão a liberação da dopamina e glutamato, que vão ajudar o cérebro a liberar sensações de prazer e motivação compensatória”, explica Elenice.

A terapeuta ressalta ainda que essa capacidade do sistema nervoso de mudar e se adaptar é crucial para a sobrevivência e o funcionamento eficiente do organismo em um mundo em constante mudança. Ela destaca que o medo ou travamento ao tentar algo novo é mais comum do que parece. Porém, nesses casos, começar com atividades mais simples, em ambientes acolhedores, pode ajudar na construção da autoconfiança. É importante lembrar que o aprendizado é sempre um processo — e que os erros fazem parte dele.

Patricia Brognoli Corrêa Hanna experimentou Yoga pela primeira vez – Foto: Divulgação

Principais benefícios de fazer algo novo: humor, foco e menos estresse

Fazer algo inédito estimula o cérebro de forma intensa e impacta diretamente nosso humor, nossa saúde mental e até mesmo nossa motivação para viver. A novidade ativa o sistema de recompensa cerebral, responsável por liberar neurotransmissores como dopamina, serotonina, endorfina e ocitocina — conhecidos como os “hormônios da felicidade” e traz como benefícios:

  • Melhora do humor e combate a sintomas de depressão leve.
  • Redução de estresse e ansiedade, graças ao equilíbrio químico no cérebro.
  • Aumento de foco e criatividade, ao desafiar padrões mentais habituais.
  • Reforço da autoestima, ao provar para si mesmo que é possível encarar o novo.

A empresária Patrícia, que pratica Yoga, confirma tudo isso: “Lembro de ter sido especial o primeiro dia de aula. Quando consegui agendar e garantir a vaga, nesse dia meu marido trouxe um tapetinho de presente, e fui toda ‘faceira’, caminhando pela beira-mar com ele, estava ansiosa confesso, e foi um momento tão lindo, o coração ficou quentinho e grato pela chance de ter conhecido a Yoga”.

Em um mundo onde a rotina pode facilmente nos colocar no piloto automático, buscar o novo não é apenas uma questão de diversão ou aventura — é saúde. Fazer algo pela primeira vez nutre o cérebro, fortalece a mente e renova a alma. A instrutora de Yoga da Patricia, que também conduz práticas para diversos alunos na Arena Unimed e em seu estúdio, Manu Goetz, observa que a busca pelo novo contagia pessoas de faixas etárias e interesses distintos, como qualidade e equilíbrio mental, flexibilidade ou fortalecimento. Observando essa característica, a instrutora observa que muitos alunos chegam às práticas na Arena Unimed incentivados pelos filhos ou por redes de amigos. “Cada um tem a sua busca individual e a oportunidade de fazer a prática nos coloca em conexão com a cidade, com novos vínculos e afetos” diz ela. “Cada um chega sabendo o que precisa e recebe muito mais”, complementa Manu. 

Seja experimentar um novo caminho para o trabalho, iniciar uma atividade criativa ou encarar um medo antigo, lembre-se: o prazer do novo vai muito além da experiência — ele está, literalmente, no seu corpo.

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