Donald Trump completou nesta terça-feira (29) 100 dias à frente da Casa Branca. Trump se elegeu prometendo ampliar o controle das fronteiras nos Estados Unidos e afirmou que deportaria milhões de estrangeiros que vivem ilegalmente no país.
O republicano ainda disse que imporia um freio à inflação e que reindustrializaria a economia com tarifas de importação contra seus principais parceiros comerciais.
Trump também afirmou que entraria pra história como um pacificador dos conflitos do mundo.
“Vamos começar a completa restauração da américa e a revolução do senso comum. É tudo sobre o senso comum”, afirmou Trump em seu discurso de inauguração.
Sem maioria expressiva no congresso, entretanto, precisou adotar uma estratégia de expansão das atribuições do Poder Executivo.
Já nos primeiros dias, lançou uma campanha de busca ativa de imigrantes e cancelou vistos de estudantes com opiniões contrárias à ocupação de Israel na Faixa de Gaza.
As medidas fizeram com que o fluxo de imigrantes na fronteira sul praticamente zerasse. Mas o número de deportações se manteve estável em relação ao observado no governo Joe Biden.
Na economia, Trump não foi capaz de reduzir os preços no mercado doméstico e a inflação se manteve praticamente estável desde o início do mandato. A previsão dos economistas, entretanto, é de que as taxas de importação aplicadas por Trump levem a um pico inflacionário em breve.
Na prática, as barreiras alfandegárias funcionam como um imposto a mais aos consumidores americanos.
Como reflexo do vai e vem das tarifas, as bolsas americanas observaram os principais índices derreterem sob Trump.
E pesquisa encomendada pela CNN Internacional revelou que 59% dos americanos consideram que as políticas da casa branca pioraram a economia nos últimos meses.
Por último, a promessa de pacificar o mundo ainda não surtiu efeitos práticos.
Na Faixa de Gaza, uma tentativa de cessar-fogo entre Hamas e Israel mediada pela Casa Branca ruiu em poucas semanas. E na Ucrânia, o avanço de Vladimir Putin sobre o território comandado por Zelensky frustrou a expectativa da gestão Trump de acabar com o conflito em 24 horas.
Apesar dos recuos, Donald Trump remodelou a geopolítica global nesses cem dias à frente da Casa Branca.
O republicano abandonou a rede de alianças construída pelos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e adotou uma doutrina diferente, onde vale a lei do mais forte.
“Em 100 dias, entregamos a mudança mais profunda em Washington em quase 100 anos. Li um editorial hoje que dizia que essa é a Presidência mais impactante da história dos EUA. O que acham disso?”, afirmou Trump num evento celebrando o marco na gestão.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Donald Trump celebra início turbulento de governo no site CNN Brasil.