O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira (29), durante coletiva de imprensa no encerramento da reunião de chanceleres do Brics, no Rio de Janeiro, que os países-membros foram unânimes em rejeitar o protecionismo comercial.
“Do documento aprovado, eu gostaria de destacar o firme rechaço de todos à ressurgência do protecionismo comercial e ao uso de medidas não tarifárias sob pretextos ambientais”, declarou o chanceler brasileiro, sem citar diretamente os Estados Unidos.
A declaração da presidência do Brics, publicada ao final de dois dias de discussões, registra mais de 60 pontos debatidos pelos ministros.
Segundo Mauro Vieira, os encontros tiveram “forte engajamento político” e reafirmaram o compromisso com a solução pacífica de controvérsias internacionais “por meio do diálogo e da diplomacia”.
O chefe do Itamaraty ressaltou que a segurança entre as nações é “indivisível” e destacou o papel do Sul Global na construção de uma nova ordem mundial “mais justa, equitativa, democrática e equilibrada”.
Segundo ele, os chanceleres foram claros ao apontar os riscos do aprofundamento das tensões geopolíticas, da competição estratégica entre nações, da desaceleração econômica e das crises migratórias.
Vieira também alertou para o aumento de medidas unilaterais que “perturbam deliberadamente as cadeias globais de fornecimento e produção” e causam incerteza econômica.
“Houve consenso absoluto entre todos os países sobre esse ponto, o que está consolidado no documento divulgado pela presidência”, disse.
O ministro destacou ainda a importância de um sistema financeiro internacional mais acessível para países em desenvolvimento e capaz de responder às crises com “justiça social e responsabilidade climática”.
Com a presença dos chanceleres da Rússia, Serguei Lavrov, e da China, Wang Yi, além de representantes de nove novos países parceiros, essa foi a primeira reunião ampliada desde a expansão do Brics.
Mauro Vieira classificou o encontro como “histórico” e lembrou que o Brasil também se prepara para sediar a cúpula dos líderes do bloco nos dias 6 e 7 de julho, além da COP 30, em Belém, no final deste ano.
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