Banco Mundial: Crime e violência atrasam desenvolvimento na América Latina

O crime organizado e a violência estão atrasando o desenvolvimento na América Latina, alertou o Banco Mundial em seu Relatório Econômico da América Latina e do Caribe de abril de 2025.

No documento, a agência financeira diz que o crime organizado e a violência representam hoje “uma barreira crescente ao desenvolvimento” desses países.

Além disso, o relatório também aponta que a prática se expandiu além do tráfico de drogas, abrangendo “tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas de fogo, extorsão, mineração ilegal e crimes cibernéticos”.

“O crime organizado está proliferando rapidamente em toda a região, transcendendo fronteiras nacionais e se tornando uma ameaça generalizada”, disse Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.

“Este não é mais um problema isolado. Ele exige diálogo regional e global para promover soluções e mobilizar nossa expertise e recursos coletivos”, completou.

O relatório acrescenta que esse problema é alimentado pela falta de oportunidades econômicas e de participação política, especialmente entre as populações mais vulneráveis.

A falta de empregos de qualidade, somada a contextos de violência doméstica e social, facilita o recrutamento de jovens por organizações criminosas que lhes oferecem maiores rendimentos, perspectivas de carreira e formas de reconhecimento pessoal que os mercados legais não podem garantir.

“As reformas necessárias para criar essas oportunidades foram adiadas por décadas, e a região agora está pagando um alto preço na forma de aumento da criminalidade, perda de crescimento econômico e desenvolvimento estagnado”, argumenta o relatório.

“Combater o crime organizado não é apenas uma questão de aplicação da lei; é uma prioridade de desenvolvimento”, afirma William Maloney, economista-chefe para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial.

Quanto ao sistema prisional, o Banco Mundial enfatiza que as prisões estão superlotadas, muitos detidos não foram condenados e, em vários países, grupos criminosos assumiram o controle das prisões.

“Nesse contexto, a ineficácia do sistema judicial, combinada com a fragilidade institucional e forças de segurança fracas e pouco estratégicas, contribui para um ciclo vicioso que engloba desvantagens sociais, econômicas e políticas generalizadas”, acrescenta o documento.

De acordo com o relatório, a região deverá crescer 2,1% em 2025 e 2,4% em 2026, tornando-se a com a menor previsão de crescimento do mundo.

Reformas para combater o crime organizado

O Banco Mundial observa que o combate ao crime organizado na América Latina e no Caribe exige o fortalecimento da capacidade do Estado por meio de reformas policiais.

Essas melhorias incluem no sistema prisional e fortalecimento dos processos judiciais, bem como a promoção de políticas econômicas que gerem emprego e ofereçam alternativas reais para os jovens por meio de melhor educação e formação profissional.

O relatório enfatiza a importância de produzir pesquisas de longo prazo para orientar decisões governamentais, alertando que a falta de estudos consistentes e comparáveis ​​dificulta o desenvolvimento de políticas eficazes.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Banco Mundial: Crime e violência atrasam desenvolvimento na América Latina no site CNN Brasil.

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