Kremlin faz alerta contra precipitação nas negociações sobre a Ucrânia

Guarda diante da torre Spasskaya do Kremlin, centro de Moscou, em 11 de abril de 2025Alexander Nemenov

Alexander NEMENOV

O Kremlin fez um alerta, nesta terça-feira (22), contra a pressa nas negociações para solucionar o conflito na Ucrânia, às vésperas de uma nova reunião entre americanos, ucranianos e europeus em Londres, que pretende incentivar um cessar-fogo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu negociar uma trégua entre Ucrânia e Rússia nas primeiras “24 horas” após seu retorno à Casa Branca, não obteve concessões importantes de Moscou até o momento.

No domingo, ele afirmou que esperava um acordo “esta semana” entre as partes beligerantes, apesar de não haver indícios de que Kiev e Moscou estejam próximos de um cessar-fogo.

As forças russas ocupam quase um quinto do território ucraniano e dezenas de milhares de pessoas morreram desde a invasão do país, em fevereiro de 2022.

A resolução do conflito “é um tema tão complexo que provavelmente não é a melhor opção estabelecer prazos rígidos”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à televisão estatal.

Após rejeitar no mês passado uma oferta dos Estados Unidos e da Ucrânia de cessar-fogo total e incondicional, o presidente russo Vladimir Putin anunciou de maneira surpreendente uma trégua de Páscoa durante o fim de semana.

Os combates diminuíram durante o período de 30 horas, mas a Rússia lançou novos ataques contra áreas residenciais na segunda e na terça-feira, segundo as autoridades ucranianas.

Os aliados de Kiev se reunirão em Londres na quarta-feira, informou à AFP um funcionário de alto escalão do governo ucraniano. O encontro deve dar continuidade às negociações sobre um possível acordo ao qual todos possam aderir.

Os líderes europeus se esforçam para encontrar maneiras de apoiar a Ucrânia caso Trump retire o apoio militar e financeiro vital dos Estados Unidos.

As negociações em Londres ocorrem após uma reunião em Paris na semana passada, durante a qual o secretário de Estado americano, Marco Rubio, apresentou o plano de Washington para acabar com a guerra.

Pouco depois, Trump ameaçou abandonar as negociações se não registrasse avanços.

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