O papa Francisco, que faleceu aos 88 anos nesta segunda-feira (21), deixa um legado marcado por suas posições políticas e sociais, conforme analisado pelo analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna.
Segundo Sant’Anna, o pontífice destacou-se como um crítico vocal da hostilidade do governo dos Estados Unidos em relação aos imigrantes, especialmente durante a administração de Donald Trump.
Além da questão migratória, o papa Francisco também se posicionou firmemente contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza e expressou preocupação com o conflito na Ucrânia. Sant’Anna ressaltou: “O papa foi muito claro em relação a essas guerras, assim como a guerra do Sudão”.
A defesa dos mais pobres e a preocupação com o meio ambiente foram outras pautas importantes na agenda do pontífice, demonstrando uma abordagem que ia além das questões estritamente religiosas.
O analista também abordou as controvérsias enfrentadas pelo papa, incluindo acusações contraditórias de apoio à ditadura argentina e de simpatia ao comunismo. Sant’Anna citou o livro autobiográfico do papa, “Vida, Minha História através da História”, onde Francisco afirma: “Eu nunca fui comunista”.
O pontífice explicou sua postura durante a ditadura argentina como uma tentativa de proteger perseguidos políticos, adotando cautela para não provocar maior hostilidade entre a Igreja e o regime militar.
Últimos momentos e legado
Nos seus últimos dias, mesmo debilitado, o papa Francisco manteve sua atuação política. Recebeu o vice-presidente americano, J.D. Vance, reafirmando sua visão inclusiva do amor cristão, em contraste com interpretações mais restritivas.
O falecimento do papa Francisco, ocorrido logo após o Domingo de Páscoa, encerra um pontificado marcado por posicionamentos firmes em questões sociais e políticas globais, deixando um legado de defesa dos vulneráveis e busca por justiça social.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Análise: Papa Francisco criticava hostilidade de Trump aos imigrantes no site CNN Brasil.