
No Dia dos Povos Indígenas, o g1 conversou com a gerente Tamimi Borsatto para entender como surgiu o museu e conhecer a história da mulher indígena que dá nome à instituição. Museu tem o objetivo de lembrar as raízes da cidade de Tupã
Bruno Marqueti/Museu Índia Vanuíre
No Dia dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (19), o Museu Índia Vanuíre, em Tupã (SP), se destaca como espaço de valorização da história dos povos originários do centro-oeste paulista, promovendo o protagonismo indígena por meio de exposições, oficinas e ações educativas.
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Localizado no centro-oeste paulista, o museu foi inaugurado em 1966, a partir do empreendedor e fundador de Tupã, Luiz de Souza Leão.
O Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre mostra as raízes de Tupã
Museu Índia Vanuíre/Divulgação
Com o passar dos anos, a instituição se transformou em um dos principais centros de memória indígena do país, ganhando estrutura museológica e curadoria especializada, se tornando referência por promover ações educativas e culturais junto às comunidades Kaingang, Krenak, Terena e Guarani que vivem na região.
Desde 1987, o museu é administrado pela ACAM Portinari, em parceria com a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
Preservação e protagonismo indígena
O g1 conversou com Tamimi Borsatto, que trabalha no local há 40 anos e é gerente da instituição, para entender sobre a história e as raízes indígenas da região.
Ela conta que nesta semana em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, o espaço buscou ir além da exposição de objetos, incentivando o protagonismo indígena em oficinas, rodas de conversa e projetos de memória coletiva.
Por meio dessas iniciativas, o museu busca proporcionar uma vivência mais próxima das realidades indígenas, onde os povos originários possam ser os protagonistas de sua própria história.
Tamimi Borsatto é gerente do local e trabalha na instituição há 40 anos
Bruno Marqueti/Museu Índia Vanuíre
“É uma semana onde nós temos palestra, onde nós temos rodas de conversa, onde nós temos oficinas, mas o que é importante é que são todos realizados por indígenas da nossa região. Esses indígenas aqui vêm, conversam com os alunos que participam da semana, falam da sua cultura e depois entram nas oficinas.”, explica.
A gerente ressalta que, ao longo dos anos, o museu se tornou um ponto de resistência e conscientização, não apenas para os moradores da região, mas para todos que buscam compreender e valorizar a importância das culturas indígenas no Brasil.
“O objetivo principal era guardar a história da cidade, como dizia o fundador. A cidade que não tem história, que não tem passado, ela não pode conhecer o presente. A cidade foi crescendo, ele abriu escola, igreja, saúde, e ele falou: ‘Eu tenho que também ter um lugar onde conte a história, para que sempre o passado não seja esquecido como começou a nossa história’ , destaca Tamimi.
O Museu Indía Vanuíre vai além da preservação histórica, sendo também um espaço de formação e conscientização sobre a importância de entender a história e a cultura indígena, quebrando estereótipos e promovendo o respeito à diversidade.
O legado deixado por seu fundador, que acreditava na necessidade de preservar a história para o conhecimento do presente e do futuro, continua a inspirar o trabalho do museu, que se mantém um pilar essencial para a educação e cultura de Tupã e região.
O museu é administrado pela ACAM Portinari, em parceria com a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo
Bruno Marqueti/Museu Índia Vanuíre
Quem foi Índia Vanuíre?
A Índia Vanuíre foi uma liderança indígena crucial para a história de Tupã, e um símbolo de resistência e identidade para as comunidades originárias da região.
Índia Vanuíre uma líder indígena da nação Caingangue, conhecida por sua atuação na preservação da cultura e terras indígenas na região de Tupã
Wikipédia/Reprodução
Ela se destacou não apenas por sua presença marcante, mas também por ser uma figura de união para os povos indígenas, especialmente a nação Caingangue.
Vanuíre se destacou no contexto histórico de conflitos com os colonizadores, especialmente durante a construção da Estrada da Ferro, que ligava Bauru a Mato Grosso do Sul e passava por terras indígenas.
Seu nome se tornou sinônimo de referência na cidade, sendo associado a diversos pontos de Tupã, como hotéis, escolas e prédios, o que demonstra o legado que ela deixou.
Para os interessados em conhecer mais sobre ela, no museu existem diversos registros e documentos que contam a história de Vanuíre.
Na semana dos povos indígenas, várias atividades aconteceram no Museu
Bruno Marqueti/Museu Índia Vanuíre
*Sob a supervisão de Mariana Bonora.
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