Zanin diverge sobre linguagem neutra e reforça ensino de norma culta

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), divergiu parcialmente dos colegas da Corte no julgamento virtual sobre o uso e ensino de linguagem neutra em institutos de ensino.

Desde sexta-feira (11), o Supremo analisa processos que pedem a derrubada de leis municipais, no Rio Grande do Sul e Minas Gerais, para proibir a linguagem neutra.

André Mendonça, relator do caso, acatou os pedidos para invalidar as leis por entender que a competência de legislar sobre a língua portuguesa é da União. Ele foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

Zanin, no entanto, se manifestou para manter no âmbito municipal a decisão do que é ensinado e disse ser constitucional trechos das leis que garantem “o direito ao aprendizado da língua portuguesa de acordo com as normas e as orientações legais de ensino, estabelecidas nos termos das diretrizes nacionais”.

A educação, dessa forma, seria embasada no “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) e com a gramática elaborada nos termos da reforma ortográfica ratificada pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.

Zanin acatou tornar inconstitucional responsabilizar os professores e alunos por ensinos diferentes da língua.

O que é linguagem neutra?

A linguagem neutra é uma “tentativa de uso inclusivo” da Língua Portuguesa, conforme explicou o linguista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Schwindt.

À CNN, ele argumentou que toda linguagem é “impregnada de crenças, história pessoal e até estratificação social”.

Segundo o especialista, algumas das estratégias se aplicam somente à escrita, como o uso de “x” ou “@” em vez das vogais.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Zanin diverge sobre linguagem neutra e reforça ensino de norma culta no site CNN Brasil.

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