Governo Tarcísio avança para acabar com Favela do Moinho, no centro de SP

O Governo de São Paulo intensificou o processo de remoção das famílias da Favela do Moinho, no centro da capital, com a proposta de transformar a área em um parque urbano. Segundo dados atualizados pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), 86% das 813 famílias já iniciaram o processo de adesão ao programa habitacional. Destas, 531 foram habilitadas e 444 já têm um imóvel de destino definido.

A favela, que começou a ser ocupada há cerca de 30 anos, é considerada uma das áreas mais críticas da cidade. Além das condições insalubres e da infraestrutura precária — com ligações irregulares de energia e risco constante de incêndio —, a região também sofre com forte presença do tráfico de drogas. O ministério público chegou a classificar o local como um “bunker” de abastecimento da Cracolândia.

“É uma bomba-relógio. Precisamos agir com responsabilidade. Já houve tentativas frustradas no passado, mas agora estamos conseguindo avançar porque há diálogo com a comunidade e um plano concreto”, afirmou um integrante da equipe técnica do governo à reportagem.

A estratégia do governo tem sido baseada na escuta dos moradores. Desde o ano passado, lideranças comunitárias vêm participando de reuniões com a CDHU para discutir alternativas de moradia. O processo de reassentamento prioriza a transferência para unidades habitacionais já licenciadas ou em fase final de construção — com a expectativa de que fiquem prontas em até 20 meses.

Enquanto aguardam a entrega dos imóveis, as famílias recebem R$ 800 de auxílio-aluguel, com metade do valor custeado pelo governo estadual e o restante pela Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Ricardo Nunes (MDB). Também foi oferecido um auxílio mudança de R$ 2.400.

O chamamento público lançado pelo governo estadual visa captar unidades na região central da capital, mas há possibilidade de escolha por bairros mais afastados ou até por municípios do interior e do litoral, dependendo da necessidade de cada família.

A adesão crescente tem ajudado a reduzir resistências. “A medida que uma família se muda e vê que está dando certo, outras também ganham confiança para aderir”, diz um técnico da CDHU envolvido na operação.

Apesar de o terreno pertencer à União, o governo estadual decidiu assumir o protagonismo no reassentamento, destacando que a área é de alto risco e exige ação imediata. A transformação da Favela do Moinho em parque urbano já havia sido cogitada em gestões anteriores, mas nunca saiu do papel.

Agora, com grande parte das famílias em processo de saída e imóveis já sendo designados, o governo afirma que o plano começa a se concretizar. A intenção é que a área, atualmente marcada pelo abandono e pela violência, volte a integrar o cotidiano da cidade.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Governo Tarcísio avança para acabar com Favela do Moinho, no centro de SP no site CNN Brasil.

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