
Catarine de Souza Cerqueira, de 27 anos, foi morta na madrugada desta segunda-feira (14) no bairro São João do Cabrito, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. O principal suspeito é o ex-marido, Paulo Sérgio Santos Cerqueira, que teria invadido a residência da vítima poucas horas antes da assinatura do divórcio. A informação foi confirmada pela Polícia Civil da Bahia.
De acordo com relatos de testemunhas, Paulo Sérgio entrou na casa de Catarine e a agrediu com golpes de faca. Após o ataque, o suspeito teria fugido utilizando o carro da ex-esposa. A vítima chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu aos ferimentos.
Em nota enviada ao Portal iG, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, por meio da 3ª Delegacia de Homicídios. Conforme o boletim de ocorrência, a vítima apresentava sinais de agressão física e um ferimento por arma branca na região do ombro esquerdo.
As investigações estão em andamento, com diligências e oitivas de testemunhas sendo conduzidas para localizar o suspeito, que já foi identificado pelas autoridades. Até o momento, Paulo Sérgio permanece foragido.
A motivação do crime, segundo as informações iniciais apuradas pela polícia, está relacionada à insatisfação do acusado com o fim do relacionamento.
O casal teria marcado para esta segunda-feira a assinatura dos papéis do divórcio, o que, segundo as investigações, pode ter sido um fator determinante para o ataque.
A ocorrência foi registrada na Rua Barbacena, no bairro de Plataforma, que faz parte da região do Subúrbio Ferroviário.
A Polícia Civil não divulgou se havia medidas protetivas vigentes contra o suspeito, nem se havia registros anteriores de violência doméstica envolvendo o casal.
Catarine deixa um filho. Informações sobre velório e sepultamento não foram divulgadas até o momento. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia não comentou se o caso será tratado como feminicídio, categoria prevista em lei para crimes cometidos contra mulheres por razões de gênero.
A polícia segue em busca de Paulo Sérgio, que poderá responder por homicídio qualificado.
O Portal iG também procurou a Secretaria das Mulheres do Estado da Bahia, que manifestou “profunda indignação com todas as formas de violência contra as mulheres, em que muitos casos culminam em feminicídio”.
Confira a nota abaixo
“Ao se solidarizar com a família e amigos de Catarine de Souza Cerqueira, a SPM reafirma sua crença na atuação dos órgãos competentes para a elucidação do caso e a devida responsabilização.
A perda de mais uma vida em decorrência da violência de gênero é inaceitável e reforça a urgência e a importância do trabalho incansável desta Secretaria. Vale destacar, que a SPM atua em duas frentes estratégicas. Uma é a promoção da inclusão socioprodutiva e a autonomia econômica das mulheres, que visa, por meio de programas e projetos, como editais de fomento, contribuir com a independência financeira e o empoderamento feminino, o que pode contribuir, também, para que seja rompido o ciclo de violência.
A outra frente é a prevenção e o enfrentamento às violências de gênero, que envolve projetos como o Oxe, me respeite, que inclui a realização de campanha permanente contra o abuso e à importunação sexual e o projeto Oxe, me respeite nas escolas, que trabalha pedagogicamente as questões de gênero e raça e, neste ano, alcançará 300 unidades escolares na capital e no interior.
Destaque ainda para os atendimentos multidisciplinar itinerantes realizados com a Unidades Móveis da SPM; os atendimentos nas Salas Elas à Frente; e a articulação com a Rede de Enfretamento à Violência contra a Mulher, que envolve, dentre outros órgãos, a Casa da Mulher Brasileira; os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (Cram); as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deams); os Centros de Referência de Assistência Social (Cras)); a Defensoria Pública; o Ministério Público; o Tribunal de Justiça; e a Ronda Maria da Penha. Esta rede é fundamental para oferecer suporte integral às mulheres em situação de violência”.