Após colapso no abastecimento, conta de água vai ficar 4,76% mais cara em Rio Branco


Aumento chegará até o consumidor de forma escalonada: maio (2,38%) e junho (2,38%). Anúncio do aumento ocorreu nessa sexta-feira (11) pelo Saerb. Abastecimento de água foi prejudicado por conta da cheia do Rio Acre em março
Marcos Araújo/Secom
Mesmo com o abastecimento enfrentando diversos problemas nos últimos anos, o Serviço de Água e Esgoto de (Saerb) anunciou um aumento de 4,76% nas contas de água em Rio Branco. O aumento deve chegar ao consumidor de forma escalonada.
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Ainda segundo a prefeitura, o aumento é baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação e variação de preços dos produtos e serviços. “O objetivo é abranger 90% das famílias que vivem em áreas urbanas monitoradas pelo sistema”, diz o comunicado feito nessa sexta-feira (11).
Conforme o planejamento, o reajuste será feito da seguinte forma:
Maio – aumento de 2,38% com o valor mínimo da tarifa residencial chegando a R$ 37,50
Junho – aumento de R$ 2,38% com a tarifa mínima residencial chegando a R$ 38,37
Último reajuste ocorreu em 2024
O último reajuste na conta de água ocorreu em janeiro de 2024. Antes disso, segundo a prefeitura, a tarifa ficou 15 anos sem atualização.
Até 2021, o sistema de abastecimento de água estava a cargo do Estado, por meio do Departamento de Água e Saneamento do Acre (Depasa). Apesar de constitucionalmente a responsabilidade do saneamento básico e da distribuição de água ser dos municípios, um acordo feito em 2012 transferiu a responsabilidade.
Ao assumir a prefeitura, entretanto, Tião Bocalom (PL-AC) negociou a reversão do sistema para o Município. Após assinatura de um novo acordo com o governador Gladson Cameli o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) voltou a cuidar do serviço.
“Após a reversão e a desatualização dos valores, a nova Agência Reguladora do Acre (Ageac), junto ao Consup, estabeleceram atualização anualmente”, disse o Saerb.
Prefeitura de Rio Branco decreta emergência da ETA II
Sistema em colapso
No último ano, porém, o sistema de abastecimento de água da capital tem enfrentado diversos problemas e chegou a entrar em colapso em alguns momentos. A capital acreana é abastecida por duas estações de tratamento de água, ETA I e ETA II, ambas apresentaram diversas falhas desde março de 2024.
A ETA II abastece todo o Segundo Distrito e parte do primeiro, um universo de mais de 250 mil pessoas espalhadas por mais de 50 bairros e o equivalente a 60% da área urbana da capital. Em julho do ano passado, parte da estrutura desabou após sofrer com erosões constantes desde que as águas do Rio Acre baixaram após a enchente de 2024. Ninguém se feriu durante o incidente.
Novas situações que prejudicaram o fornecimento de água para a população ocorreram nos meses seguintes.
Já em março de 2025, durante a enchente mais recente do Rio Acre, a ETA II ficou sem captação de água a partir do dia 11 após a forte correnteza do manancial e um tronco de árvore virarem uma bomba flutuante, segundo o Saerb. A expectativa era de que a situação normalizasse em 24h, o que não ocorreu.
No dia 24 de março, o governo federal anunciou o envio de R$ 9,5 milhões em recursos para a aquisição de bombas centrífugas utilizadas no saneamento básico. Antes disso, em dezembro do ano passado, o ministro da Integração, Waldez Góes, anunciou quase R$ 17 milhões para reconstrução da estação.
ETA I é religada mas distribuição de água ainda não foi normalizada
Problemas na ETA I
Responsável por abastecer os 40% restantes da capital acreana, a ETA I também sofreu passou por problemas. Em fevereiro deste ano, um deslizamento de terra na captação da estação interrompeu o serviço.
Já no dia 13 de março, a correnteza do Rio Acre levou a bomba flutuante da ETA I. Na manhã seguinte , o equipamento foi encontrado em frente ao bairro Base, área central de Rio Branco.
As duas estações de tratamento tiveram que paralisar as atividades e pelo menos 300 mil moradores da capital ficaram sem fornecimento de água. A maior cidade do estado tem cerca de 380 mil habitantes, ou seja, praticamente toda a cidade ficou afetada.
Desmoronamento afeta distribuição de água na ETA I em dezembro de 2024 e fevereiro de 2025
Arquivo/Saerb
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O retorno parcial do funcionamento das estações iniciou no dia 17 de março, com apenas 67% da capacidade funcionando. A ETA I, que foi religada primeiro, é responsável por 40% do abastecimento de água na capital, porém, alguns bairros continuaram sem água em Rio Branco.
O envio dos recursos foi autorizado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e publicado no Diário Oficial da União (DOU). O envio dos recursos foi oficializado após a apresentação de um plano de trabalho do município e também depois do reconhecimento da situação de emergência na capital.
Como parte do uso do recurso, quatro novas bombas foram instaladas na Estação de Tratamento de Água (ETA II) e um carregamento com novas tubulações chegaram no dia 26 de março.
VÍDEOS: g1
Quatro novas bombas foram instaladas a Estação de Tratamento de Água (ETA II) para solucionar parta do problema da falta d’água em
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