Há cerca de 70 horas em greve de fome no plenário 5 da Câmara, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) passou por exames de sangue e também tomou soro para evitar desidratação, nesta sexta-feira (11).
De acordo com comunicado divulgado por sua equipe, ele perdeu mais de dois quilos desde o início do seu protesto, na quarta-feira (9).
O deputado permaneceu na sala da votação, após a decisão do Conselho de Ética da Câmara de aprovar o relatório que recomenda a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar.
A denúncia foi apresentada pelo Partido Novo, após o deputado do Psol ter expulsado, aos empurrões, um militante do Movimento Brasil Livre que o xingou nos corredores da Casa.
Na quarta, durante o tumulto na sessão da Comissão de Ética para avaliar o parecer, Glauber Braga anunciou que permaneceria no local e em greve de fome, até o fim do processo na Câmara.
Glauber Braga alega ser vítima de perseguição política movida pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), em parceria com o relator do parecer Paulo Magalhães (PSD/BA). Ambos negam as acusações.
“Não vou voltar atrás em nenhuma das minhas decisões. Meu ato de estar aqui, em greve de fome, é minha resposta. Sei que há muitas pessoas preocupadas”, declarou o parlamentar, por meio de nota à imprensa.
Na primeira noite de protesto, Braga dormiu no chão da sala. Na noite de quinta, ele aceitou recomendação dos amigos e apoiadores que o acompanham e dormiu em um colchão.
Além do soro, o parlamentar tem tomado isotônico e água
Sua esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), tem passado o dia com o marido e voltado à noite para casa para ficar com o filho de três anos, que também esteve com o pai na quinta e nesta sexta-feira.
Também nesta sexta, Braga recebeu visita dos integrantes da Comissão de Justiça e Paz de Brasília, organismo da igreja católica.
Fim de semana
Glauber Braga disse que passará o fim de semana na Câmara e, em nota, a Casa informou que acompanhará e dará assistência ao deputado por todo o fim de semana, assim como aconteceu nos últimos dias.
Após a aprovação do parecer na Comissão de Ética, o deputado tem prazo para apresentar recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes da palavra final sobre a cassação no plenário.
A decisão da data para a votação no plenário é do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).
