A cantora Preta Gil precisou ser transferida de hospital em um avião UTI no último final de semana. A artista estava internada em um hospital no Rio de Janeiro, mas a equipe médica decidiu levá-la para São Paulo, onde ela já realiza tratamento contra o câncer há alguns anos.
A transferência chamou atenção do público e levantou uma dúvida importante: por que uma infecção urinária em um paciente oncológico exige tanto cuidado? A CARAS Brasilconversou com o oncologista Jorge Abissamra, que explicou os riscos e os procedimentos necessários nesses casos.




Uma infecção urinária pode atrapalhar o tratamento de câncer?
Segundo o especialista, a infecção urinária em pacientes com câncer precisa de atenção redobrada, principalmente porque esses pacientes costumam ter o sistema imunológico mais frágil.
“Um paciente em tratamento oncológico, geralmente, é um paciente imunodeprimido e mais suscetível a infecções. Em vigência de infecção, é prudente parar momentaneamente o tratamento oncológico até a resolução do quadro infeccioso. A equipe médica fica sempre atenta e evita essas condições ou prioriza a resolução do quadro infeccioso com máxima brevidade”, explicou o oncologista.
Por que Preta Gil precisou ser transferida para São Paulo?
De acordo com o médico, a transferência não costuma ser motivada apenas pela infecção em si, mas por um conjunto de fatores ligados ao tratamento do câncer. No caso de Preta Gil, a escolha de levá-la para São Paulo tem relação direta com o acompanhamento próximo da equipe que já cuida dela.
“A transferência geralmente não se dá pelo quadro infeccioso, mas por todo um contexto oncológico associado a esse quadro, ou seja, o paciente não precisa tratar a infecção na unidade que faz o tratamento oncológico, mas é prudente que a equipe da oncologia que acompanha esse paciente esteja próxima ou integrada ao tratamento infeccioso, para planejar os próximos passos e tempo de ação da conduta oncológica“, ressaltou Abissamra.