Para evitar choques com aviões, equipe “caça” aves em aeroporto em SP; veja

Equipes da concessionária GRU Airport, responsável pela gestão do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, foram vistas no início da tarde desta quinta-feira (10) realizando um trabalho de captura de aves que estavam próximas à pista de pousos e decolagens.

O objetivo da ação é evitar colisões entre aviões e pássaros, ocorrência que na aviação é conhecida como bird strike. Somente neste ano, até o dia 6 de abril, 64 bird strikes foram registrados no Brasil, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

As imagens da operação de captura desta quinta-feira foram feitas pelo canal “Aviação Guarulhos JPD” e cedidas à CNN. Veja abaixo:

Nas imagens, é possível ver os funcionários cercando as aves, que, em seguida, são engaioladas. As gaiolas são, então, cobertas por panos e colocadas em uma caminhonete da concessionária.

A CNN questionou a GRU Airport sobre o trabalho realizado nesta quinta, mas a empresa não forneceu detalhes. Disse apenas que “possui um Plano de Gerenciamento de Risco da Fauna, alinhado às diretrizes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), conduzido pela Coordenação de Meio Ambiente”.

“Este planejamento inclui ações rotineiras como o manejo de ovos, ninhos e animais, controle de vegetação, remoção de poleiros e abrigos, além de técnicas de afugentamento. Entre as medidas também constam o monitoramento contínuo das espécies presentes na área operacional e seus atrativos”, acrescentou a concessionária.

Uso de falcões

Uma das medidas utilizadas em aeroportos para capturar e afugentar aves é a chamada falcoaria. Nessa prática, falcões treinados são usados para espantar ou apanhar pássaros que estejam no sítio aeroportuário.

Em Porto Alegre, a concessionária Fraport Brasil, responsável pelo aeroporto Salgado Filho, utiliza o serviço desde o ano passado. A bióloga Denise Giani explica que os falcões fazem voos de “afugentamento ou captura dos animais”. “No momento da captura, a ave de rapina segura a presa no chão e aguarda a chegada do falcoeiro”, que é o profissional responsável por treinar e cuidar dos falcões.

Para evitar que as aves capturadas sejam machucadas ou mortas, a bióloga explica que é colocada uma espécie de miçanga nas garras das aves de rapina. Esses objetos “vão fazer com que seja mais difícil perfurar alguma ave que porventura seja capturada”.

Segundo a bióloga, as aves capturadas são levadas para uma área de soltura, localizada a cerca de 120 quilômetros do aeroporto.

Aumento nos casos

O número de casos de bird strike no Brasil teve um aumento de 24,5% de 2023 para 2024, passando de 746 para 929 casos. Nos dois anos, houve apenas dois casos de incidentes com vítimas. Os ferimentos foram leves, segundo consta no relatório do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer).

No ano passado, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro lideraram os registros.

Veja onde ocorreram as colisões entre aviões e pássaros em 2024:

 

 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Para evitar choques com aviões, equipe “caça” aves em aeroporto em SP; veja no site CNN Brasil.

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