Sede de escola de samba de Belém que ajudou a criar enredo da Grande Rio é invadida e depredada


Caso foi denunciado após, segundo a ‘Deixa Falar’, homens chegarem à sede da escola, acompanhados de policiais civis, sem mandado judicial e com viaturas sem placas visíveis. Sede de escola de samba é alvo de ação, com apoio de policiais civis, sem mandado judicial, diz ‘Deixa Falar’.
Reprodução / ESA
A escola de samba Deixa Falar denuncia que a sede no bairro da Cidade Velha, em Belém, foi alvo de invasão, com apoio de policiais civis, que estavam sem mandado judicial. O prédio foi depredado, segundo os relatos, na madrugada desta quarta-feira (10).
A Deixa Falar é uma tradicional escola de Belém, conquistou o 4º lugar no Carnaval de 2025 e ganhou destaque nacional ao vencer o Festival de Samba Enredo, promovido pela Grande Rio, no Rio de Janeiro. A escola carioca homenageou o Pará na apresentação.
A escola informou que um homem, não identificado, chegou acompanhado com equipe munida de materiais de obra. O grupo estava sendo apoiado por policiais civis armados e começou a demolir as dependências da agremiação. As viaturas estavam sem placas visíveis, ainda de acordo com a escola.
Segundo a denúncia, os agentes da Polícia Civil atuaram para obstruir qualquer tentativa de impedir a ação, que ocorreu “de forma abrupta, sem diálogo ou aviso prévio”. Os agentes informaram à comunidade que cumpriam ordens do delegado identificado como Wellington.
O g1 solicitou nota de posicionamento da Polícia Civil e aguardava retorno até a publicação da reportagem.
A presidência da escola de samba disse que não foi apresentada ordem judicial para reintegração de posse — medida que, por lei, é de competência da Polícia Militar, e não da Polícia Civil.
Em nota, a diretoria da escola lamentou o ocorrido e cobrou respostas das autoridades responsáveis.
“É uma violência contra a cultura popular, contra a história da nossa cidade e contra uma instituição que vem promovendo arte, inclusão e cidadania há mais de três décadas”, afirma Esmael Tavares, presidente da Deixa Falar.
A Escolas de Samba Associadas (ESA) informou que colocou o departamento jurídico à disposição da escola afiliada. “Absurdo que autoridades garantidoras de direitos, apoiem ação com tamanha arbitrariedade, sem apresentação de nenhum documento que valide a ação, o que entendemos que os agentes apoiaram uma ação de invasão de terra”, pontuou Fernando Guga, presidente da ESA.
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