
Em uma longa e tumultuada sessão, realizada nesta quarta-feira (9), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou o parecer que recomenda a cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ) por quebra de decoro.
Em meio ao tumulto generalizado, Glauber Braga pediu a palavra anunciou uma greve de fome até a conclusão do processo.
Ainda cabem recursos. O deputado ainda pode recorrer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se o colegiado rejeitar seu recurso, o caso será analisado pelo plenário.
“Eu sei o que está em jogo aqui. Tomei a decisão, irrefutável, de que não vou ser derrotado por Arthur Lira, nem pelo orçamento secreto e nem pelo sócio minoritório dessa história que foi o MBL. Eu sei o que está em jogo neste momento. Vou permanecer nessa sala e em jejum, até a conclusão desse processo”, anunciou o deputados do Psol, apoiado pela deputada Luiza Erundina, também do Psol.
Glauber Braga alega ser vítima de perseguição política movida pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), em parceria com o relator do processo, Paulo Magalhães (PSD/BA). Ambos negam as acusações.
O caso
A controvérsia envolvendo Glauber Braga surgiu após uma acusação do partido Novo, que o denunciou por supostamente agredir com chutes e empurrões Gabriel Costenaro, membro do Movimento Brasil Livre (MBL), durante uma manifestação em defesa dos motoristas de aplicativo.
O incidente foi registrado em vídeo e Braga argumenta que sua reação foi uma resposta às provocações feitas por Costenaro, que ofendeu sua mãe.
A sessão desta quarta-feira foi marcada por muitas manifestações. Dentro e fora da sala em que a reunião ocorreu, militantes, sindicalistas e aliados de Glauber se manifestaram com cartazes e faixas contra a aprovação do parecer que recomenda a cassação do parlamentar fluminense.
O Conselho de Ética tem a responsabilidade de avaliar e aplicar sanções a deputados que não cumpram as normas de decoro parlamentar. As penalidades podem variar desde uma simples censura escrita ou verbal (reprovação pelo ato) até a perda do mandato, sendo que as punições mais severas necessitam da aprovação do plenário da Câmara.
Glauber Braga vai recorrer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) .