
Prédio, que tem 19 andares e 30 apartamentos, foi esvaziado após apresentar danos estruturais. Desde então, estão sendo feitas obras para o retorno dos moradores. Em Montes Claros, interdição do Edifício Roma completa 1 ano
A interdição do edifício Roma, em Montes Claros, completou um ano nesta terça-feira (8). O prédio, que tem 19 andares e 30 apartamentos, foi esvaziado após apresentar danos estruturais. Desde então, estão sendo feitas obras para o retorno dos moradores.
Guilherme Turano, CEO da construtora Turano, explicou que a expectativa é de que o serviço seja totalmente finalizado entre o fim de agosto e início de setembro de 2025.
“Nós recuperamos todos os pilares internos e todos os externos, realizamos cerca de 80% das fundações profundas e a recuperação estrutural está entre 80% e 90% concluídos, já avançamos bem. Já avançamos no acabamento interno dos apartamentos e na recuperação da fachada do edifício”, detalhou.
Edifício Roma, em Montes Claros
Francyne Perácio/Inter TV
Guilherme Turano destacou ainda que “desde o primeiro minuto do acontecido, a gente teve a responsabilidade de cuidar das pessoas”, citando que “todas as famílias que aqui residem estão sendo assistidas com o pagamento de aluguéis e com ajuda psicológica. ” Sobre os comércios no entorno do edifício, falou que os empresários que apresentaram a documentação necessária foram assistidos.
Com a afirmação de o “prédio será o mais seguro do Brasil “, afirmou que os trabalhos estão sendo feitos em conjunto com o Ministério Público, a Defesa Civil, o Crea-MG, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e o Corpo de Bombeiros.
Embora o CEO tenha afirmado de que até o momento não há informações de que moradores tenham desistido de retornar, o promotor Guilherme Roedel, explicou que “tendo em vista que devido ao defeito na edificação, que não foi reparado no prazo de 30 dias, é um direito do consumidor não querer voltar.” Quem quiser optar por não retornar deve fazer um acordo com a construtora ou acionar a justiça.
Roedel ressaltou que o MPMG acompanha a situação desde o início e que a liberação da edificação ocorrerá após a confirmação de há segurança para moradores e pessoas que circulam pelo entorno do Roma.
Entenda o caso
Vídeo mostra prédio evacuado em Montes Claros
O prédio foi interditado no dia 8 de abril após problemas na estrutura. Por questões de segurança, a medida foi aplicada para imóveis e vias em um raio de 60 metros por 15 dias. O edifício possui 30 apartamentos e 19 andares.
As residências, comércios e o trânsito no entorno do edifício Roma, foram liberados no dia 23 de abril após a elaboração de um laudo técnico, feito por uma empresa independente, que atestou a segurança da edificação.
Conforme a empresa contratada, assim que o edifício foi interditado, a construtora solicitou análise do projeto estrutural original para verificar as causas do problema e o monitoramento da estrutura para permitir a entrada de funcionários para a execução do escoramento.
Com a ajuda de um software, a empresa apontou ter identificado a seguinte situação:
“Deficiência de rigidez no núcleo composto pelos elevadores e escada, além de tensões de compressão elevadas em alguns pilares até o piso do 12º pavimento. Também foi constatado que, na transição dos pilares do 3º pavimento, onde a transmissão dos esforços e realizada diretamente pela placa da laje nervurada, as tensões de punção nos capiteis e as deformações do elemento portante estão maiores que os valores previsto na normativa técnica vigente.”
O laudo detectou que é provável que o problema tenha ocorrido por conta da “flexibilidade exacerbada da estrutura, associada as elevadas tensões de trabalho.”
Após analisar o cenário, o documento ressaltou que “todas as não conformidades identificadas serão solucionadas por meio de reforço e recuperação da estrutura.”
Para decidir pela liberação do entorno, a empresa contratada destacou que considerou o escoramento já feito, a manutenção do prédio no prumo, a normalidade dos fatores climáticos e geológicos na região, a realização de intervenções seguindo as normas técnicas e que a circulação de veículos não interfere nas soluções de escoramento.
Já sobre a desinterdição do Roma, o laudo recomendou “a continuidade do monitoramento e a imediata execução do projeto de reforço estrutural, que se encontra em fase final de elaboração, visando a liberação segura e rápida para o retorno dos moradores.”
No dia 30 de abril, os moradores que tiveram que deixar o edifício Roma e estavam em hotéis foram transferidos para casas e apartamentos temporários enquanto o local passava pelas obras de reforço.
Na ocasião, a construtora Turano informou por meio de nota que “está trabalhando para garantir uma transição tranquila, buscando acomodar com conforto todos até que o edifício esteja pronto para seu retorno.”
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