Juiz de SP usa nome falso por mais de 40 anos e engana instituições

Um juiz aposentado foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) pelo uso de documento falso e falsidade ideológica. Conforme apurado pela CNN, por mais de 40 anos, o homem enganou instituições públicas utilizando um nome fictício.

De acordo com a denúncia, o juiz aposentado que era identificado como Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, de 67 anos, na realidade se chama José Eduardo Franco dos Reis. Durante toda sua carreira, o homem usou o nome falso e ocupou cargos de destaque no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Até o momento, as razões que levaram o magistrado a fazer isso são desconhecidas. A trama foi investigada pela Polícia Civil após o juiz tentar tirar uma nova via do RG com o nome falso em outubro de 2024.

A CNN tenta contato com a defesa do juiz e, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno. A Justiça aceitou a denúncia e tornou o juiz réu na última segunda-feira (31), e o processo corre sob segredo.

Com o nome fictício, José Eduardo estudou Direito na Universidade de São Paulo (USP) na década de 1980 e, anos depois, prestou concurso e ingressou na magistratura paulista.

Como juiz, ele atuou em varas cíveis, nas quais proferiu milhares de decisões. As sentenças eram assinadas como “Edward Albert Lancelot D C Caterham Wickfield”. José Eduardo também coordenou o Núcleo Regional da Escola Paulista da Magistratura em Serra Negra (SP). Sua aposentadoria foi publicada em 2018.

A personalidade fictícia teria sido criada em setembro de 1980, quando Reis conseguiu tirar um RG com o nome falso. No documento, constava que ele era filho de Richard Lancelot Canterbury Caterham Wickfield e Anna Marie Dubois Vincent Wickfield, família de origem britânica.

José Eduardo obteve o primeiro documento falso por meio de um certificado de dispensa de corporação emitido pelo Exército Brasileiro, uma carteira de Servidor do Ministério Público do Trabalho e uma Carteira de Trabalho e Previdência Social, além de título de eleitor.

Ele é acusado de ter cometido os crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso por três vezes.

A CNN buscou um posicionamento da Universidade de São Paulo (USP) e do Tribunal de Justiça de São Paulo para comentários sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

*Sob supervisão 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Juiz de SP usa nome falso por mais de 40 anos e engana instituições no site CNN Brasil.

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