Crise demográfica da Itália piora após nascimentos atingirem baixa recorde

A crise demográfica da Itália se aprofundou em 2024, quando o número de nascimentos atingiu um novo recorde de baixa, a emigração acelerou e a população continuou a diminuir, disse o escritório nacional de estatísticas ISTAT nesta segunda-feira (30).

A taxa de natalidade em queda constante da Itália é considerada uma emergência nacional. A primeira-ministra Giorgia Meloni e seus antecessores prometeram torná-la uma prioridade no governo, mas ainda não conseguiram deter a queda.

Houve cerca de 281.000 mortes a mais do que nascimentos em 2024 e a população caiu em 37 mil para 58,93 milhões, continuando uma tendência de uma década.

Desde 2014, a população da Itália encolheu em quase 1,9 milhão de pessoas, mais do que os habitantes de Milão, sua segunda maior cidade, ou da região da Calábria, no sul do país.

Os 370 mil bebês nascidos em 2024 marcaram o 16º declínio anual consecutivo e foi o menor número desde a unificação do país em 1861.

Foi uma queda de 2,6% em relação a 2023, disse o ISTAT, e 35,8% menor do que em 2008 – o último ano em que a Itália viu um aumento no número de bebês nascidos.

A taxa de fertilidade, medindo o número médio de filhos nascidos de cada mulher em idade fértil, também caiu para uma baixa recorde de 1,18, muito abaixo dos 2,1 necessários para uma população estável.

O recorde anterior de baixa na taxa de fertilidade foi de 1,19 filhos por mulher registrado em 1995.

As 651 mil mortes registradas em 2024 foram as menores desde 2019, trazendo o número de volta aos níveis anteriores à pandemia de Covid-19.

A expectativa média de vida saltou para 83,4 anos, quase cinco meses a mais que em 2023.

Os 191 mil italianos que se mudaram para o exterior no ano passado foram oficialmente o maior número deste século, aumentando mais de 20% em relação ao ano anterior, embora o ISTAT tenha dito que uma mudança regulatória foi provavelmente um fator-chave nos dados.

Uma nova lei introduzida no ano passado impôs multas aos italianos que viviam no exterior e que não se registraram formalmente como expatriados em seu novo país de residência.

Os estrangeiros representavam 9,2% da população do país em 2024, para um total de 5,4 milhões, um aumento de 3,2% ano a ano, com a maioria vivendo no norte do país.

Ressaltando o rápido envelhecimento da população da Itália, o ISTAT afirmou que quase um em cada quatro residentes tinha mais de 65 anos, enquanto o número de centenários atingiu um novo recorde de 23.500.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Crise demográfica da Itália piora após nascimentos atingirem baixa recorde no site CNN Brasil.

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